Setor da energia vai reduzir emissões de carbono em 69% até 2050
O setor energético vai reduzir as emissões de carbono em 69% até 2050, de acordo com o mais recente relatório “Low Emissions Scenario”, da Statkraft, produtora europeia de energias renováveis.
A nova edição do estudo afirma que a energia solar é a líder e que multiplicará a sua capacidade 22 vezes até 2050, enquanto a capacidade da energia eólica crescerá em 12 vezes. Os custos de ambas as tecnologias, bem como os das baterias e dos veículos elétricos, diminuíram significativamente na última década, tornando as energias limpas uma “opção economicamente mais atrativa” em comparação com as fósseis.
A par da descida dos custos, a recente turbulência do mercado e o aumento da tensão política têm colocado a segurança energética no topo da agenda internacional, havendo, por isso, maior incentivo político para a adoção de energias renováveis e promoção da eficiência energética.
“A nova edição do Low Emissions Scenario mostra que é possível reduzir as emissões de carbono utilizando, em grande escala, tecnologias competitivas como a energia solar e eólica, a sustentabilidade da rede e os veículos elétricos. É possível alcançar uma descarbonização profunda até 2050, incluindo reduções significativas em setores que parecem ser os mais difíceis. Ainda assim, para tal, é necessária uma forte vontade política, progresso tecnológico e mercados que funcionem corretamente. Na Statkraft, estamos comprometidos em desempenhar um papel de liderança na aceleração da transição para um futuro com baixas emissões de carbono”, afirma Christian Rynning-Tonnesen, CEO da Statkraft.
Apesar desta visão otimista, o relatório também reconhece que existem incertezas e riscos que podem atrasar a transição energética ou torná-la mais dispendiosa. Por conseguinte, este relatório inclui, pela primeira vez, dois cenários que consideram como as tensões geopolíticas e as rivalidades regionais podem afetar o ritmo e o âmbito da transição energética: O Clean Tech Rivalry Scenario, que pressupõe que as potências mundiais, como os EUA, a China e a União Europeia, se envolvam numa concorrência protecionista e alimentada por subsídios no que diz respeito à cadeia de abastecimento das energias renováveis; e o Delayed Transition Scenario, que prevê que desafios como a inflação e o custo de vida elevados, a segurança nacional e a agitação social conduzam a uma ação climática míope e reduzida.
Mas, mesmo num cenário menos otimista, até 2050 a energia eólica e a energia solar crescerão substancialmente em relação aos níveis atuais. Estas duas energias renováveis rentáveis substituirão os combustíveis fósseis no cenário positivo e nos dois cenários mais desafiantes.