A Valorfito está prestes a premiar o empenho dos Pontos de Retoma. A cerimónia dos Prémios Valorfito 2022 está prevista para o próximo dia 22 de abril e, em jeito de antecipação, a Ambiente Magazine foi ao encontro de António Lopes Dias, diretor-geral da Valorfito, que sublinhou a importância de “reconhecer publicamente o excelente papel que os Pontos de Retoma têm nesta área”.
Reiterando a relevância de premiar as boas práticas, a empresa Valorfito – Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura – lançou recentemente o Certificado Ambiental, que, da mesma forma, tem como objetivo reconhecer e certificar anualmente os pontos de retoma que contribuem diariamente para a proteção do planeta e para a prática de uma agricultura mais sustentável: “É importante ter algo que reconheça publicamente a sua atividade”. Estes certificados já começaram a ser distribuídos, estando previstos que, até ao final de 2023, sejam entregues 100 certificados. A expectativa é aumentar o número para 2024.
O contributo dos agricultores
Com uma atuação em todo o território nacional, a Valorfito contabiliza mais de mil pontos de retoma em todo o país, incluindo as regiões autónomas, e afirma-se como uma solução para que os agricultores e os pontos de retoma possam ver os seus resíduos encaminhados para o devido destino: “Contamos com a colaboração dos agricultores para que entreguem este tipo de resíduos no destino correto e que não sejam queimados ou depositados no lixo normal”, refere António Lopes Dias, acrescentando que, após a entrega dos resíduos nos pontos de retoma, cabe aos operadores de gestão de resíduos fazer as operações de levantamento, transporte e tratamento. Neste contributo que é prestado pelos agricultores, o diretor-geral da Valorfito destaca uma grande evolução, notando-se, desde logo, pela taxa de retoma que tem vindo a subir todos os anos: “O valor fixo existe desde 2006 e a subida tem sido exponencial e significativa”.
Apesar das crescentes evoluções, há preocupações que, por vezes, dificultam a operação, como os resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos serem ainda considerados produtos perigosos: “Estamos a trabalhar para que, em breve, possamos alterar esta situação”. Em parceria com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, foi feito um estudo com resíduos de substâncias ativas em embalagens, num material de embalagem rígido, sendo que, as conclusões demonstram que “podemos solicitar a disponibilização dessas embalagens”, sendo que, em muitos países europeus, “essas embalagens são consideradas como resíduos não perigosos”. Esta é uma medida que, segundo o diretor-geral da Valorfito, “facilitaria o encaminhamento para a reciclagem, aumentando, assim, a reciclabilidade”. O custo da operação é também um desafio: “Fazemos quase mil levantamentos por ano e, algumas vezes, são pequenas quantidades, o que, também do ponto de vista ambiental, é pouco recomendável”. No que diz respeito aos agricultores, António Lopes Dias aponta ainda o número significativo de agricultores com “elevada idade e com baixa literacia”, o que dificulta que a “nossa mensagem chegue até eles”, acrescenta.
O setor da agricultura
Para o diretor-geral da Valorfito, a agricultura é um setor altamente sustentável: “Há sempre espaço para melhorar, mas é dos setores mais determinantes para o equilíbrio económico, ambiental e social do nosso país”. E algo que o demonstra é o facto de a taxa de reciclagem de embalagens de produtos fitofarmacêuticos ser superior à média nacional: “É um setor que está bem e recomenda-se”. Em relação àquele que tem sido o papel do Governo, António Lopes Dias considera que têm sido atribuídas ajudas na medida do possível: “Acho que tem sido dado aquilo que é possível dar”. Ainda assim, “sou sempre a favor da iniciativa própria e não de algo que depende de uma ajuda externa: o setor agrícola tem muita iniciativa própria, sendo muito ativo e dinâmico”, afinca.
Novidades para 2024
Como notas finais, António Lopes Dias não quis deixar de partilhar que a Valorfito vai alargar, no início de 2024, o seu âmbito para outro tipo de embalagens, mas sempre na área agrícola, passando a contabilizar as “embalagens fertilizantes”, as “rações” e, também, as “embalagens de batata de semente e embalagens espontâneas”.
Aumento na subida da Taxa de Retoma na ordem dos 50% em 2022:
Valorfito reforça capacidade de recolha com taxa de reciclagem a crescer