Carlos Martins, presidente da EPAL, foi um dos oradores da sessão de abertura do SENAG (Seminário Nacional de Abastecimento de Água), e na sua intervenção focou-se na problemática dos recursos humanos que tem afetado o setor nos últimos anos.
“Encaro o futuro com alguma preocupação”, começou por dizer, exemplificando com o caso particular da EPAL, que sempre foi considerada uma empresa que facilmente atraía trabalhadores. Todavia, só este ano, a entidade assistiu à saída de nove novos engenheiros.
Sendo que a “retenção de quadros é uma tarefa de grande complexidade”, Carlos Martins não quis deixar de frisar que “temos muita sabedoria dentro das nossas organizações” e que começa a existir um gap na transição de conhecimento intergeracional. Além disso, “as regras no setor público tornam difícil a transição de conhecimentos” e “prevejo dificuldades, a não ser que a matriz organizacional se altere de alguma forma”.
“Vão ser precisos mobilizar muitos investimentos significativos e Portugal 2030 tem muito pouco para nos oferecer nesta matéria”
Noutro ponto, o presidente da EPAL mencionou a gestão de ativos: “estamos longe de ter indicadores que nos deixem descansados em relação às infraestruturas. Fomos capazes de investir mais de mil milhões de euros no setor, mas as infraestruturas têm quase meia década e são precisos novos investimentos”.
Por exemplo, esta entidade planeia investir 100 milhões de euros neste sentido.
O SENAG, organizado pela APDA (Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem das Águas), decorre durante os dias 2 e 3 de outubro, no Hotel dos Templários, em Tomar. A Ambiente Magazine é media partner deste evento.