António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, afirmou que apesar de muitos pequenos países desenvolvidos e a União Europeia se terem comprometido para alcançar a neutralidade carbónica até 2050, “os grandes emissores” têm de agir.
Se os grandes emissores não se organizarem em torno do princípio de atingir a neutralidade carbónica até 2050, “estaremos condenados porque representam uma percentagem muito significativa”, afirmou. E acrescentou: “Os G20 representam 80% das emissões que contribuem para as alterações climáticas”.
António Guterres disse que os Governos podem tomar medidas para ajudar a conduzir o mundo no sentido de um futuro mais verde, tais como eliminando os subsídios para os combustíveis fósseis.
“Como contribuinte, não consigo aceitar a ideia de que os meus impostos são usados para impulsionar furacões, ou para branquear corais, ou derreter glaciares”, sublinhou.
Para o secretário-geral da ONU, a mudança climática é a principal questão dos nossos tempos, representando uma “ameaça existencial” para todo o planeta e ameaçando o desenvolvimento.
Guterres diz que se sente incentivado pelo compromisso do setor privado, evidenciado pelos números crescentes de instituições financeiras e gestores de ativos que fazem da neutralidade carbónica uma prioridade nos seus investimentos.
De igual modo, as cidades, eleitores e os jovens têm estado a mobilizar-se para a ação.
“Estou grato pelo facto de ser possível mobilizar tanto o setor privado como as autoridades públicas no sentido de tomarem decisões transformacionais no modo como produzimos os nossos alimentos, influenciamos a nossa economia, apoiamos a indústria e planeamos as nossas cidades – as mudanças transformacionais que são necessárias para que consigamos atingir os objetivos que a comunidade científica nos diz serem absolutamente essenciais”, conclui.