O presidente executivo da EDP – Energias de Portugal disse esta quinta-feira, dia 23, que o principal impacto da seca para a empresa são as “menores receitas”, mas recusou um aumento de preços da luz no país, por serem definidos a nível ibérico.
“O principal impacto para a EDP [devido à seca] são as menores receitas. Vou ter de usar produtos que têm maior custo do que a água”, como o carvão e o gás natural, referiu António Mexia, que falava em Lisboa na Conferência Anual do BCSD 2017 sobre “Como crescer e criar emprego numa economia neutra em carbono? Pensar Portugal em 2030”.
O responsável notou que “a hidraulicidade este ano está […] 60% abaixo de um ano médio”, o que se deve a fatores de “maior volatilidade”, como as alterações climáticas.
Falando sobre os valores para os consumidores, António Mexia explicou que “o preço em Portugal é o preço espanhol”. “As alterações da nossa capacidade [na produção de energia elétrica] não mudam o preço ibérico. Só se houver seca a nível ibérico, é que poderá haver uma subida do preço grossista”, acrescentou.
O responsável assinalou, contudo, que “ter água ou ter vento hoje contribui estruturalmente para a descida dos preços”, assim como as energias renováveis, razão pela qual a EDP tem vindo a apostar neste tipo de produção.
Dados revelados na quarta-feira pela associação ambiental Quercus indicam que a seca levou a uma descida de 58% da produção de energia através dos recursos hídricos, disparando o consumo de carvão (22%) e de gás (66%).