Nenhuma região de Portugal continental estava, no final de dezembro, em situação de seca meteorológica, o que já não se verificava desde novembro de 2018, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
De acordo com a Lusa, os dados do último boletim climatológico do IPMA indicam que “terminou a situação de seca fraca que no final de novembro abrangia a região do Minho e Douro Litoral”. No final de dezembro, 50,4% do território estava em situação de chuva fraca, 49,1% normal e 0,5% em chuva moderada.
Segundo o relatório anterior, no final de novembro, 62,3% do território estava em situação de chuva fraca, 33,6% em normal e 4,1% em seca fraca.
O instituto classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”. De acordo com o IPMA, existem quatro tipos de seca: meteorológica, agrícola, hidrológica e socioeconómica. A seca meteorológica está diretamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal.
Além do índice de seca, o boletim climatológico indica que o mês de dezembro em Portugal continental classificou-se como frio em relação à temperatura do ar e normal quanto à precipitação.
O valor médio da temperatura média do ar (9,75 graus Celsius) foi inferior ao normal com uma anomalia de -0,21 graus. Segundo o IPMA, o valor médio da temperatura mínima do ar (5,85 graus Celsius) foi 0,20 graus inferior ao valor normal e o valor médio da máxima (13,66 graus) também foi inferior ao normal, com anomalia de -0.23 graus. O menor valor da temperatura mínima foi registado no dia 27 em Carrazeda de Ansiães, Bragança (-5,2 graus) e o maior valor em Aljezur, em Faro, no dia 01 (23,6 graus).
O mês de dezembro foi marcado por alguma variabilidade nos valores de temperatura sendo de destacar o período de 24 a 31 no qual os valores de temperatura mínima foram muito inferiores ao normal, com o dia 27 a registar um valor médio no continente inferior a 0 graus Celsius
O IPMA destaca também os valores médios da temperatura média do ar que foram superiores ao normal nos períodos de 10 a 14 e 21 a 23, sendo de realçar os valores da mínima nos dias 10 a 13, com desvios em relação à normal mensal superiores a 5,0 graus.
No que diz respeito à precipitação, o valor médio da quantidade em dezembro, 123,8 milímetros (mm), corresponde a 86 % do valor normal 1971-2000. “Durante o mês é de salientar o período de 09 a 20 de dezembro com a ocorrência de valores elevados de precipitação acumulada em 24 horas em quase todo o território, mas em especial na região noroeste (valores diários > 90,0 mm)”, segundo o boletim.
No final do mês de dezembro, verificou-se um aumento generalizado no território dos valores de percentagem de água no solo com grande parte das regiões Norte e Centro com valores muito próximos ou mesmo iguais à capacidade de campo. Os menores valores de percentagem de água no solo (< 60%) verificaram-se na região do Baixo Alentejo.