Seca leva a descida de 58% da produção de energia através dos Recursos Hídricos
A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza mostra a sua preocupação com a subida do uso dos combustíveis fósseis para a produção de eletricidade em Portugal. Em comunicado, indica que em 2017 verificou-se que o consumo de eletricidade a partir de fontes renováveis em Portugal teve uma quebra de cerca de 30%, passando de 57% do total energia elétrica consumida em 2016 para 40% em 2017 (em período homólogo).
No ano de 2017, a severa seca que assolou Portugal teve consequências imediatas na produção de energia de origem hídrica, apresentando esta uma descida de 58%. No que diz respeito ao consumo de eletricidade produzida a partir de fontes não renováveis verifica-se que o consumo do carvão teve uma subida de 22%, assim como o gás natural que sofreu um aumento de 66% relativamente ao ano anterior de 2016.
Importação de combustíveis fósseis faz disparar os preços
O preço da energia no Mercado Grossista (Mercado Diário) tem um aumento de 43%, passando de 35,7 € / MWh em 2016 para 51,1 € / MWh (janeiro a novembro).
É preocupante o facto de mais de 50% do Gás Natural para produção elétrica esteja a chegar a Portugal pela via marítima, o que aumenta mais a pegada de emissões deste combustível fóssil, refere a Quercus. E adianta que também é relevante que a energia solar tenha ainda um peso inferior a 2% no total da energia consumida, sendo que esta energia tem muito por onde crescer, não só em grandes centrais, mas também nos telhados de edifícios onde pode influenciar a economia doméstica dos cidadãos.
A associação reforça a importância de continuar a apostar nas energias renováveis e na eficiência energética permitindo a recuperação da economia sem onerar o ambiente. Para tal é preciso um investimento na sensibilização e um planeamento adequado do setor energético também em prol de uma desejável política climática exigente.
Os valores apresentados tiveram por base os dados de produção de eletricidade em Portugal Continental, em 2016/2017 (entre janeiro e outubro), publicados pela REN – Redes Energéticas Nacionais.