A pandemia da Covid-19 veio acentuar de forma drástica o uso de materiais descartáveis. Na continuação das diversas iniciativas de sustentabilidade e conservação que tem vindo a promover, o SEA LIFE Porto aproveitou a reabertura das suas portas para consciencializar a população para o impacto do plástico e do desperdício nos ecossistemas.
A partir desta sexta-feira, para além de ser possível ter a experiência de alimentar a tartaruga-verde, Mariza, e da habitual exposição de milhares de criaturas, os visitantes vão poder encontrar um aquário cujos habitantes foram criados a partir de material descartável usado no combate à pandemia, lê-se num comunicado. Peixes feitos a partir de máscaras, frascos e zaragatoas; estrelas-do-mar criadas a partir de luvas e garrafas de gel desinfetante; e outras criaturas que nasceram da reutilização de aventais, mangas cirúrgicas, toucas e sacos descartáveis para pés, são alguns dos exemplos que tornam esta exposição uma verdadeira atração.
Para Rui Ferreira, diretor geral do SEA LIFE Porto, “o impacto dos materiais descartáveis no nosso ecossistema é cada vez maior. Em 2019, sentimos uma grande mudança no comportamento das pessoas e vários estudos demonstraram que a sociedade começou finalmente a perceber o impacto das nossas escolhas. Infelizmente, com as necessidades criadas pela pandemia, voltamos a aumentar o uso dos materiais descartáveis e esta exposição serve para alertar para o potencial perigo deste consumo massificado. Não havendo alternativa, é fundamental que estes materiais acabem nos locais apropriados para o efeito e não no fundo dos oceanos”.
Simultaneamente, para celebrar o “Dia Mundial da Tartaruga” (23 de maio), o SEA LIFE Porto inaugura uma nova escultura no seu parque exterior. A Oceana resulta assim de uma parceria entre o projeto Mar de Experiências e o SEA LIFE Porto e tem como objetivo “sensibilizar a população para a poluição ambiental, promovendo a reflexão sobre as consequências dos comportamentos humanos no bem-estar animal e na biodiversidade”, lê-se na nota divulgada pelo SEA LIFE Porto. Inspirada num dos animais que mais sofrem com a poluição marítima, a tartaruga Oceana foi integralmente construída a partir de lixo recolhido nas praias. De entre a grande variedade de resíduos recolhidos e usados na peça, salienta-se um dos mais tóxicos detritos presentes nas nossas praias: as beatas de cigarro. Num minucioso e paciente trabalho de reutilização, milhares de beatas foram abertas e coladas de forma a criar uma nova textura. Igualmente simbólica é a corda na barbatana da Oceana que representa as diferentes formas como podemos ter um impacto negativo na vida marinha, em particular o sofrimento que, por vezes mesmo inconscientemente, infligimos aos animais.