Os recursos naturais da Terra chegavam hoje ao fim se todas as pessoas do planeta consumissem como os portugueses, segundo um relatório internacional no qual Portugal aparece menos gastador do que a média europeia, conta a Lusa.
Segundo o relatório, da responsabilidade das organizações ambientalistas internacionais World Wildlife Fund (WWF, Fundo Mundial para a Natureza) e Global Footprint Network, o dia 10 de maio foi a data em que os Europeus viram esgotado o seu orçamento natural anual, se todos consumissem como a média europeia.
Portugal, onde se consome em menos de meio ano o que era suposto dar para todo o ano, não é ainda assim tão gastador como o Luxemburgo, que gastou os recursos todos logo a 16 de fevereiro. Com base nos padrões de consumo os dados indicam que na União Europeia a Roménia, a Hungria e a Bulgária são os que esgotam os seus recursos mais tarde, ainda que seja já em junho.
Na União Europeia a Estónia e a Dinamarca já esgotaram os recursos em março passado, em abril foram mais uma dezena de países e ao longo deste mês uma dúzia foram “esgotando” os recursos da Terra. A Alemanha logo no dia 3, a França no dia 13, e a Espanha esgota os seus na próxima terça-feira.
No mundo há, no entanto, países muito mais poupados. Se todos vivessem como em Cuba os recursos dariam até 01 de dezembro, em Marrocos dariam até dia 16 de dezembro, e no Nigéria apenas se esgotariam a 25 de dezembro. Já se o planeta fosse todo norte-americano os recursos tinham-se esgotado no dia 15 de março.
As duas organizações lembram que a sociedade mundial subsiste do que a natureza dá, dos alimentos aos medicamentos, das roupas aos materiais de construção, e explicam que se todos tivessem o mesmo estilo de vida dos europeus a humanidade gastava agora todos os recursos que a Terra pode renovar em cada ano.
Tal significa que eram precisos 2,8 planetas para sustentar a procura de recursos naturais que esse estilo de vida exige. E lembram as organizações que no ano passado os recursos só foram esgotados a 1 de agosto, pelo que os europeus estão a acelerar o consumo.