A Sciaena, em colaboração com o CIMA – Centro de Investigação Marinha e Ambiental, realizou o seminário “Portugal e a Redução de Plásticos de Uso Único”, na passada segunda-feira, dia 3 de junho, na Universidade do Algarve. Estiveram presentes oradores do setor da indústria dos plásticos, do retalho e da reciclagem, bem como entidades governamentais, organizações ambientais e da comunidade académica para discutir o problema da poluição por plásticos, como as metas trazidas pela nova legislação da UE serão implementadas nacionalmente e traduzidas em ações para reduzir a dependência da sociedade de Plásticos de Uso Único (Single-Use Plastics – SUP).
“Este foi o primeiro evento organizado pela Sciaena como parte dos nossos esforços para combater o lixo marinho”, afirma Gonçalo Carvalho, realçando que “no futuro queremos focar-nos em questões mais específicas, como os sistemas de depósito de garrafas ou os microplásticos”. Para o coordenador executivo da Sciaena, “este evento mostrou-nos que esta abordagem circular, ampla e transversal faz todo o sentido. Todos – desde os produtores aos consumidores – somos responsáveis por este problema do plástico. E é claro que todos seremos essenciais para o resolver”.
Com o objetivo de reunir um grupo diversificado de stakeholders para discutir a implementação da Diretiva dos SUP e os planos de ação que os diferentes atores no sector dos plásticos e do Governo apresentam para lidar com o problema. As apresentações e discussões centraram-se na Diretiva e nos vários obstáculos legislativos que terão que ser superados para a implementar corretamente em todos os Estados Membros, nomeadamente em Portugal. Os sistemas de depósito de garrafas com tara recuperável foram várias vezes mencionados – possivelmente devido à regulamentação progressiva que foi aprovada por Portugal em 2018 – por vários dos especialistas presentes, incluindo a indústria dos plásticos que acrescentou a necessidade de estes serem implementados a garrafas de outros materiais. O estabelecimento de sistemas de depósito de garrafas pode fornecer materiais reciclados de alta qualidade, para além de ser uma forma de alcançar alguns dos objetivos da Diretiva e de educar para importância da reutilização.
As apresentações iniciaram-se com a indústria dos plásticos, seguida dos retalhistas, consumo e reciclagem para garantir a representatividade das várias componentes da economia circular. Além disso, o seminário também teve intervenções de investigadores, de uma deputada da Assembleia da República, entidades governamentais e não-governamentais envolvidas na gestão dos resíduos de plástico.
Ao longo do evento, os diversos oradores e participantes expressaram uma forte vontade de iniciar a mudança para uma economia verdadeiramente circular, reduzindo, reutilizando e apoiando um sistema de reciclagem mais transparente e que gere valor acrescentado.