Há zonas da costa portuguesa onde as sardinhas não estão a reproduzir-se. "Antigamente, evitávamos certos locais porque as redes ficavam emaranhas com as petingas" (sardinha juvenil), conta Jorge Vairinhos, da Barlapescas, que congrega cerca de 20 embarcações do barlavento algarvio, ao Sol. "Este ano não se encontram e já decorreu a desova", continua o responsável, temendo que, a prazo, os pescadores não encontrem sardinha no mar. Há muito que a Barlapescas esgotou a sua quota de 224 toneladas atribuída pelo Governo, através de um despacho do Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto Abreu. Esse despacho limita a pesca da sardinha, entre 1 de Março e 31 de Maio, a quatro mil toneladas em toda a costa portuguesa – além de estabelecer períodos de interdição desde o final do ano passado, na época de defeso. Quem vive da pesca da sardinha está a sofrer as consequências. "Temos os barcos parados, sem sair para o mar, há semanas" – conta Jorge Vairinhos, assumindo que, aos 56 anos, ele próprio já pensa em abandonar a actividade. "Posso dizer-lhe que há 20 anos ganhava mais do que hoje", lamenta.
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