A Fundação Oceano Azul e o Oceanário de Lisboa, em parceria com a Olá, lançaram recentemente uma campanha de educação ambiental com o mote “O que não acaba no lixo acaba no mar”. Esta iniciativa visa alertar os portugueses para um dos maiores problemas ambientais do planeta: a poluição do oceano por plástico, que corresponde a 80% de todo o lixo marinho.
Em declarações à Ambiente Magazine, Emanuel Gonçalves, administrador da Fundação Oceano Azul, explica que ao desenvolverem campanhas “que façam chegar as mensagens certas ao grande público e que sejam mobilizadoras para uma alteração dos comportamentos, estamos a promover o conhecimento sobre o oceano”.
Neste sentido, a campanha conta atualmente com três filmes publiciários televisivos, nos três canais generalistas para além de outras iniciativas que esão a ser dinamizadas junto do público. Além disso, a Olá desenvolveu uma ação de praia no início de setembro na praia da Foz, no Porto. Para sensibilizar o público, a Olá disponibilizou um caixote do lixo gigante para depósito de embalagens de gelados Olá e como forma de recompensar a boa prática, os consumidores que deitaram o lixo do seu gelado no lugar certo foram premiados com bilhetes para o Oceanário.
“Ao aumentar o conhecimento e a literacia azul, estamos a contribuir para uma maior percepção do público sobre o desafio da sustentabilidade dos oceanos e a prazo, para uma alteração dos comportamentos”, acrescenta Emanuel Gonçalves.
“Estamos a plastificar o mar”
Atualmente, realça o responsável, o plástico é o principal resíduo que poluí os oceanos. “O plástico constituí já 90 por cento do lixo encontrado no fundo do oceano” assegura Emanuel Gonçalves, acrescentando que “hoje em dia, um milhão de aves marinhas e 100 000 mamíferos marinhos morrem, todos os anos, devido à poluição por plástico. Se nada fizermos, o lixo no oceano continuará a matar milhares de animais marinhos todos os anos”.
Com esta campanha a Fundação Ocenao Azul espera apelar à correta separação do lixo e ajudar à e contribuir para a redução do consumo de plástico. “Reduzindo significativamente o consumo, estaremos também a contribuir para evitar que o lixo se venha a acumular no oceano”, sublinha.
Finalmente, ao nível da indústria e das medidas que os decisoress políticos podem tomar, a Fundação Oceano Azul pretende incentivar para a recuperaração do plástico utilizado dando-lhe novas formas de utilização
Novos projetos em curso
Nos próximos tempos, a Fundação, para além da campanha, inicia também um estudo sobre pescas sustentáveis “onde se procurará estabelecer parcerias com associações de pesca, entidades governamentais, municípios, centros de investigação e organizações não-governamentais para encontrar formas mais sustentáveis de exploração de recursos pesqueiros”. Este estudo inicial servirá de base para o desenvolvimento de um projeto piloto que mais tarde possa vir a ser alargado à escala nacional e mesmo internacional.
Adicionalmente, a Fundação está a desenvolver com parceiros internacionais e nacionais um processo para ajudar a criar e sustentar uma rede de áreas marinhas protegidas que permitam proteger o valioso património natural do país. Os Açores serão um local de eleição para este programa onde, em conjunto com o governo regional e outros parceiros locais, se estão a planear os primeiros passos deste processo. Nesse sentido, a Fundação Oceano Azul e o Oceanário estão igualmente a apoiar um jovem desportista náutico, o campeão do mundo de kitesurf Francisco Lufinha, que irá realizar uma visita às escolas dos Açores para alertar os jovens para a urgência em proteger o oceano e que está tentar pela primeira vez a travessia entre os Açores e o continente em parceria com a recordista alemã de kitesurf Anke Brandt.
Outra frente onde a Fundação é já um parceiro ativo é no apoio a processos das Nações Unidas centrados na conservação do oceano e no desenvolvimento de uma agenda internacional para o oceano. Participará em Outubro na conferência Our Ocean em Malta, organizada pela Comissão Europeia, onde irá apresentar alguns dos seus projetos.