O Rock in Rio-Lisboa acaba de lançar o projeto ESTÁ TUDO CONECTADO, uma iniciativa de mobilização cívica e promoção da cidadania ambiental, desenvolvido em parceria com a Liga para a Proteção da Natureza (LPN). #EstaTudoConectado tem como principal objetivo trazer a floresta para o dia-a-dia dos portugueses, demonstrando a sua relevância e explicando de que forma a Floresta está presente nas ações do quotidiano, e em tudo o que se faz ao longo do dia, seja nas horas de trabalho, seja nos momentos de lazer.
“Depois dos acontecimentos em Portugal, no Verão do ano passado, sentimos que tínhamos o dever de contribuir, de alguma forma, tanto na vertente da sensibilização como na vertente de ação, coletiva e individual. Percebemos que existe um distanciamento grande de muitas pessoas, e em especial das populações urbanas, em relação à importância da Floresta. Como se, pelo facto das florestas estarem longe, deixassem de ser um problema coletivo.”, refere Roberta Medina, vice-presidente executiva do Rock in Rio. “Com este projeto, e com a campanha que hoje lançamos, queremos relembrar que não só a nossa própria vida depende da floresta, como praticamente tudo o que mais gostamos de fazer vem, diretamente, deste recurso. A floresta está em tudo na nossa vida, nos instrumentos musicais, no papel, nas nossas roupas, no ar que respiramos”, acrescenta.
Foi este o desafio que o Rock in Rio-Lisboa lançou a várias personalidades, de diferentes áreas: que relatassem o seu dia-a-dia e aquilo que mais gostam de fazer nos seus momentos de lazer, demonstrando como os recursos florestais são essenciais para o desempenho de todas essas ações. O escritor José Luís Peixoto, as radialistas Ana Galvão e Filipa Galrão, o estilista Nuno Gama, a apresentadora Vanessa Oliveira, o jornalista Filipe Garcia, os músicos Xutos & Pontapés, o ator Ricardo Carriço, a médica Cláudia Febra e Roberta Medina são, assim, os rostos e vozes de uma campanha que revela como a floresta está presente em tudo e como “tudo está conectado”.
Recorde-se que o compromisso do Rock in Rio com a floresta começa, ativamente, em 2006, ano em que o festival se dedicou a apoiar projetos de reflorestação, não só em Portugal, como também no Brasil e nos Estados Unidos da América. O Rock in Rio é, também, o único festival certificado com a norma ISO 20121 – Eventos Sustentáveis, um reconhecimento dos compromissos assumidos pela marca no desenvolvimento sustentável.
São várias as iniciativas que cabem dentro do projeto ESTÁ TUDO CONECTADO, reconhecido pelo Ministério do Ambiente que lhe atribui o Sê-Lo Verde. Com a missão de informar e promover a participação ativa e consciente na preservação e recuperação da floresta portuguesa, o Rock in Rio-Lisboa lança a plataforma, um agregador de conteúdos onde é possível os cidadãos obterem informação sobre diversos projetos e iniciativas nacionais dedicados à conservação e restauração florestal – desde campanhas de sensibilização, a ações de prevenção contra os incêndios ou de preservação das florestas.
Nesta plataforma, que arranca já com mais de 20 projetos disponíveis, será possível consultar as iniciativas em vigor nas mais diversas regiões do país e obter informações sobre como participar em cada uma delas e ter um papel ativo na respetiva cidade, vila ou aldeia. Além dos projetos disponibilizados, é também possível submeter novos projetos na plataforma.
E porque Rock in Rio também é música e a música é parte do Rock in Rio, o projeto ESTÁ TUDO CONECTADO recorre à música para mostrar, uma vez mais, o valor e relevância dos recursos florestais. Em parceria com a APC – Instrumentos Musicais e com a Câmara Municipal de Braga, foram construídas três guitarras clássicas através de madeira de árvores queimadas nos incêndios de Braga de 2017, mais concretamente da aldeia de Esporões.
Estas guitarras, assim como outros artigos doados e guitarras autografadas por artistas que atuarão na 8.ª edição do Rock in Rio-Lisboa, ficarão disponíveis para leilão na plataforma digital E-Solidar. O valor angariado nestes leilões reverterá, na íntegra, para um projeto de conservação e restauração florestal a desenvolver pela LPN, com o apoio do FSC Portugal.
“ESTÁ TUDO CONECTADO é um projeto de aproximação à floresta através da mobilização e sensibilização dos cidadãos para a sua preservação, criando uma ligação emocional e um sentido de reconhecimento e valorização do seu papel no nosso quotidiano, na nossa vida. Este projeto vai mostrar que a floresta vai muito para além de árvores, que também é solo, água, matos, polinizadores, herbívoros, pessoas. Vai despertar-nos para os problemas que a floresta portuguesa enfrenta e como os nossos comportamentos, mesmo que à distância, podem ajudar a preservá-la”, explica Eugénio Sequeira, presidente da Direção Nacional da LPN.
Além das guitarras construídas através de madeira queimada, há também vozes portuguesas neste projeto. Os artistas Agir, Carolina Deslandes e Diogo Piçarra juntaram-se pela primeira vez para criar um tema – “RESPIRAR” – dedicado ao projeto ESTÁ TUDO CONECTADO e que, também ele, fala sobre a relevância e o papel da floresta. A canção será comercializada em todas as plataformas digitais e as receitas dos primeiros seis meses reverterão, na íntegra, para o projeto da LPN cujo objetivo é preservar a Floresta.
Os interessados em participar no projeto ESTÁ TUDO CONECTADO poderão, também, ao longo do mês de junho, contribuir com o valor de 1€ na compra de uma pulseira. As pulseiras serão vendidas a nível nacional, pelos Escoteiros da Associação de Escoteiros de Portugal, e também na Cidade do Rock, durante os quatro dias do festival. Há, ainda, a possibilidade de realizar uma doação através da plataforma E-Solidar, sendo que as verbas angariadas – quer com a venda das pulseiras ou doações – serão entregues à LPN para o desenvolvimento de projetos que visam a preservação florestal, com vista à intervenção em um milhão de metros quadrados de Floresta, na região do Pinhal Interior. Desse projeto fazem parte iniciativas como a colocação de abrigos artificiais para pequenas aves, criação de bombas de sementes feitas a partir de sementes de plantas autóctones com origem certificada, assim como a divulgação de medidas de boas práticas para o controlo de espécies invasoras e o seu combate numa das áreas mais vulneráveis a esta ameaça – o Pinhal Interior.