Neste momento estão implementadas 55 Zonas de Medição e Controlo (ZMC) no universo da Águas do Ribatejo (AR) mas no final deste ano serão 100 os locais onde será efetuada a medição de caudais na rede de abastecimento de água gerida pela empresa intermunicipal.
As ZMC estão associadas ao sistema de telegestão que permite acesso à informação real sobre o estado dos reservatórios e da quantidade de água armazenada. Através de tecnologias que enviam informação remotamente, os operadores e técnicos da AR recebem alertas na hora para as perdas de água, seja por rotura ou utilização anómala, e consequentes reduções dos volumes de água armazenada. Desta forma as equipas de deteção de fugas conseguem atuar de imediato e localizar os locais de perda antes destas se tornarem visíveis na via pública e minorando de forma significativa o desperdício de água e o consequente efluente a encaminhar para as ETAR.
O investimento em ZMC é superior a meio milhão de euros, suportado por capitais próprios da AR e fundos comunitários, a que se junta o custo das substituições e reabilitações de captações, reservatórios, estações elevatórias e redes mais antigas e debilitadas. O plano de trabalhos da AR prevê que no final de 2024 existam 132 ZMC no universo dos sete municípios que integram a AR. A Zona de Medição e Controlo ZMC permite desenvolver tarefas de quantificação, identificação e a consequente retificação de situações anómalas. A medição e análise dos caudais, principalmente noturnos, são essenciais para estimar o volume de perdas reais e identificar o aparecimento de novas fugas e de consumos não autorizados.
Segundo Francisco Oliveira, presidente da AR, o objetivo é reduzir as perdas de água que neste momento ainda rondam 30% da água tratada para consumo humano. “É prioritário este combate às perdas, não é aceitável continuar a tratar água que não é usada para consumo humano com custos financeiros e ambientais significativos”, refere o autarca. Em 2009, quando a AR assumiu a gestão dos sistemas, as perdas eram superiores a 50% em alguns concelhos. Em 10 anos foi possível reduzir para 30%, mas o objetivo é chegar aos 20% após a conclusão dos investimentos em curso e previstos.
“As nossas equipas e os parceiros externos estão empenhados neste desafio e contamos com a colaboração dos municípios, freguesias, instituições e da sociedade civil nesta luta. É importante reforçar a ideia de que a água é de todos, e todos somos responsáveis pela sua boa gestão”, refere Francisco Oliveira, que é também presidente da Câmara Municipal de Coruche e presidente da Assembleia Geral da APDA – Associação Portuguesa para a Distribuição e Drenagem de Águas, a maior associação do setor do abastecimento de água e saneamento em Portugal.
Segundo Francisco Oliveira é indispensável reduzir o desperdício de água, não só com ações de consumo racional para a sustentabilidade dos recursos hídricos, como através da eficiência, nomeadamente na deteção e prevenção de fugas de água da rede pública. A redução do volume de água captada nos aquíferos da região permitirá reduzir a pegada hídrica, mas também uma redução significativa de energia consumida e dos impactos financeiros e ambientais.