Reutilização das águas residuais no ciclo hídrico urbano pode levar a recuperação de energia e de nutrientes

A sexta sessão da Academia da Água, organizada pela APRH (Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos), arrancou esta quarta-feira, em Lisboa, com o painel “(Re)pensar a água nas cidades”.

Carlos Raposo da TPF (Consultores de Engenharia e Arquitetura) foi um dos oradores e trouxe para a sua exposição o valor da água residual como recurso no novo ciclo urbano. Aqui mencionou que este novo ciclo inclui tratamento local para reutilização das águas residuais e transportes das mesmas.

Além disso, explicou como se pode fazer a separação de águas cinzentas localmente e até separação destas águas no interior da própria casa de banho, com tratamento e reutilização da água do autoclismo.

Como vantagens do aproveitamento das águas residuais para o ciclo urbano da água, Carlos Raposo falou da recuperação de energia (química, hidráulica e térmica), dando até o exemplo da Alemanha que está a construir instalações para fazer essa recuperação de energia térmica, e ainda a recuperação de nutrientes como o azoto, pois a utilização direta do NH4+ das águas residuais na produção de proteína para alimentação animal pode ter um impacto significativo na redução de emissões de carbono. Também a recuperação de fósforo (que não é um recurso renovável) pode ser feita.

E tomando por exemplos, Carlos Raposo falou do projeto da Águas do Algarve, em Vilamoura, que entrará em funcionamento em breve, para a reutilização centralizada das águas residuais para estas serem usadas na rega de campos de golfe. Esta instalação será capaz de produzirr 16.000 m3/dia de água .

O mesmo acontece em Tróia, onde a ETAR foi remodelada para que as águas pudessem ser usadas para a rega de campos de golfe.

A sexta edição da Academia da Água, organizada pela APRH, realizou-se ao longo desta quarta-feira, dia 10 de abril, no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona, em Lisboa.