As negociações entre os principais países produtores de petróleo foram encerradas este domingo em Doha, no Qatar, sem que tenha sido alcançado um acordo entre os participantes, revelou o ministro catari da Energia e da Indústria. Segundo Mohammed bin Saleh al-Sada, depois de seis horas de trabalho, os países representados na reunião – membros e não membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) – consideraram que precisam de “mais tempo” para alcançar um compromisso. O responsável adiantou que não ficou estipulada uma nova data para retomar o assunto, de acordo com a agência de notícias francesa AFP.
Os ministros que participam nestas negociações já tinham declarado anteriormente o seu apoio a um projeto que prevê um congelamento até outubro da produção de petróleo nos níveis de janeiro, para estabilizar o mercado e sustentar os preços, que têm descido significativamente em virtude do excesso de oferta. Mas as divergências entre o Irão e a Arábia Saudita, os dois grandes rivais do Médio Oriente, começaram a ser notórias ainda antes da reunião de Doha.
Numa entrevista publicada no sábado pela agência Bloomberg, o vice-príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed ben Salmane, tinha afirmado que o reino não aceita congelar a sua produção de petróleo a menos que o Irão também o faça. Ora, ontem o Irão fez saber que não ia participar na reunião que decorreu no Qatar.
“A reunião de Doha é para aqueles que querem participar no plano de congelamento da produção”, vincou o ministro do Petróleo iraniano, Bijan Namdar Zanganeh, acrescentando que “uma vez que não está previsto que o Irão assine o plano, a presença de um representante do Irão nessa reunião não é necessária”. O governante iraniano destacou que “o Irão não vai renunciar de forma alguma à sua quota de produção histórica”, referindo-se ao nível da produção e exportação de petróleo do país antes das sanções internacionais aplicadas contra o Irão.