Retalho tem de ter a sustentabilidade como elemento gerador de valor para as marcas, recomenda estudo
A The Overview Effect, empresa Minsait especializada em impulsionar a inovação e o desenvolvimento sustentável nas empresas, acaba de apresentar o relatório “Change Perspectives”, no qual analisa os desafios enfrentados pelo setor de consumo e retalho em termos de sustentabilidade nas esferas social e ambiental.
“Desafios que são também grandes oportunidades para a transformação rumo a um sistema alimentar que reduz os danos ambientais, promove a regeneração dos ecossistemas e oferece aos consumidores produtos seguros e saudáveis que garantem o seu bem-estar”, declara Nacho Rivera, CEO da The Overview Effect, citado num comunicado.
Dos desafios identificados neste relatório destacam-se os “26% de emissões provenientes dos alimentos que produzimos e consumimos, 30% de emissões geradas por alterações no uso do solo e 8,4% de mortes causadas pela obesidade em todo o mundo”. Desafios esses que, tal como indica o estudo, provocam “mudanças nos hábitos de consumo e levam as empresas do setor a “oferecer produtos mais sustentáveis e mais saudáveis nas prateleiras”, sendo necessário “evoluir não só nestes artigos, mas também na experiência de compra na loja”.
Desta forma, o relatório aponta que a chave assenta em “passar de uma visão marcada pela gestão de risco e conformidade regulamentar para uma visão que transforme o modelo empresarial, entendendo a sustentabilidade como outro elemento gerador de valor para as marcas”.
No caso português, o relatório indica que o avanço para uma economia mais circular é um “desafio multidisciplinar” que implica um conjunto de “estratégias públicas e privadas que prevejam respostas plenamente alinhadas com os objetivos” aos quais o país se propôs no âmbito do Acordo de Paris e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030 das Nações Unidas.
Consumo responsável em dez passos
A The Overview Effect identifica no relatório os dez passos para que o setor de consumo e retalho avance para um modelo económico mais sustentável:
- Coesão territorial e empoderamento do setor primário.
- Produção sustentável e regenerativa.
- Alimentação segura e saudável.
- Emprego e cadeia de valores éticos.
- Economia circular e desperdício alimentar.
- Rastreabilidade.
- Consciencialização dos consumidores.
- Descarbonização.
- Pesca sustentável e proteção dos ecossistemas marinhos.
- Biodiversidade e regeneração dos ecossistemas.
Alinhadas com os ODS e para além de servir como marco global de atuação comum, estas diretrizes, de acordo com Nacho Rivera, “devem proporcionar às empresas a oportunidade de gerar valor nelas mesmas, identificando áreas de inovação muito específicas onde possam gerar soluções para desafios globais através dos seus modelos de negócio”.
“Uma das grandes mudanças necessárias para impulsionar a transformação rumo à sustentabilidade consiste em compreender que é possível crescer economicamente e gerar impacto positivo. A relação entre crescimento económico e sustentabilidade é cada vez mais clara e as empresas que não integrem este princípio no seu modelo terão muita dificuldade em existir no futuro”, afirma Nacho Rivera, acreditando que “as grandes soluções no setor do consumo e do retalho serão criadas nos próximos anos e serão feitas a partir de uma perspetiva inovadora e sistémica”.