Em declarações aos jornalistas sobre a Cimeira de Ação Climática, que começa no sábado com eventos e debates para a juventude e prossegue na segunda-feira, dia 23, com a reunião de líderes durante a Assembleia Geral da ONU, Amina Mohammed, secretária-geral adjunta das Nações Unidas (ONU) estimou que “a mudança de estilos de vida vai provocar a mudança de indústrias de milhares de milhões de dólares”. A antiga ministra do Ambiente da Nigéria considerou ainda que “o que é ainda mais motivador é encontrar novas alternativas aos estilos de vida. (…) Isto é, indústrias multimilionárias vão começar a mudar”.
De acordo com a Agência Lusa, a Cimeira de Ação Climática, convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, pretende abrir caminho para planos mais específicos para mudanças e transições de fontes de energia, com projetos desenhados para entrarem rapidamente em ação.
Segundo Amina Mohammed, da cimeira são esperadas “medidas concretas e iniciativas bem construídas e audazes” sobre os passos a seguir para combater as alterações climáticas. A secretária-geral adjunta disse que estes planos concretos vão trazer mais “transparência de empresas que gerem quantidades enormes de recursos”, o que vai possibilitar que haja mais pressão para trabalhar mais numa economia verde.
“Honestamente, [queremos ouvir] menos retórica e mais sobre aquilo que as pessoas podem e vão fazer. [Queremos] inspirar mais ação sobre aquilo que podemos fazer em todo o mundo”, acrescentou Amina Mohammed. “O que tentamos dizer é muito simples: é tempo de intensificar a ação que precisamos de ter a nível de países”, disse a responsável, acrescentando que a ONU precisa da contribuição de países, empresas e sociedade civil para “provocar impacto em grande escala”.
Apesar de ainda não haver estimativas oficiais, os organizadores acreditam que a cimeira vai reunir chefes de Estado ou de Governo de todos 193 Estados-membros da ONU. Já a cimeira da Juventude para ação climática, que antecede a reunião política de alto nível, vai ter mais de 700 jovens participantes, anunciou hoje a ONU.
A Cimeira de Ação Climática vai consistir na apresentação de projetos ambientais e iniciativas construídas a nível de países, com as Contribuições Nacionais Determinadas (NDC, na sigla em Inglês) e a nível de parcerias público-privadas entre sociedade civil e empresas.
A ONU vai ser o palco de apresentação de planos considerados mais audazes e eficazes, como também de propostas de nove equipas internacionais constituídas para dar respostas em diferentes áreas de ação, mas não vai contar com a apresentação de todos os países. Ainda não foi divulgado quais são os países que vão apresentar planos nacionais na cimeira.
As iniciativas, que vão ser anunciadas a partir do fim de semana, incluem planos de como acelerar a transição de combustíveis fósseis para “indústrias limpas”, proteger a natureza e abrir o potencial da natureza para encontrar soluções climáticas, criar “maneiras mais verdes para trabalhar e para se deslocar” e entre outras, ajudar povos que já estão a sofrer com as consequências das alterações climáticas.