Na área do porto petrolífero de Sines, virada para a Costa Norte, foi instalada uma nova refinaria de pequenas dimensões. Começou a laborar a 100% no final de 2016, com resíduos oleosos provenientes de navios, que transforma em gasolinas, gasóleos e betumes industriais destinados a impermeabilizações, noticia o Jornal Expresso.
Apesar de ser uma nova tecnologia neste setor, foi “amadurecida” ao longo das cinco décadas de atividade profissional petroquímica dos seus criadores. “Testada com sucesso em Sines, resolve um problema ecológico que afeta os maiores portos – sobretudo os que operam petroleiros -, precisamente o problema da reciclagem de óleos pesados residuais, designados ‘slops’, provenientes de navios”, explicou o responsável operacional da refinaria, Pedro Simões.
Esta unidade surge quatro décadas depois da refinaria de Sines ter sido criada, e concretiza um projeto industrial concebido pelo engenheiro petroquímico francês Michel Pingeot, que, para este efeito, criou uma start-up aos 70 anos de idade.
“Com mais de 50 anos de experiência profissional no setor petroquímico, Michel Pingeot criou uma coluna de refinação por destilação a vácuo de resíduos pesados, seguindo um processo industrial que foi batizado por “P2R”, que permite extrair 70% de combustíveis e 30% de betumes dos ‘slops’ recolhidos de navios”, refere Pedro Simões.
O projeto foi tecnicamente apoiado pela petroquímica Heurtey, onde Michel Pingeot é presidente honorário e acolhido pelo IAPMEI, pelo programa INAlentejo, pelo QREN –Quadro de Referência Estratégico Nacional e pelo Fundo de Desenvolvimento Regional. A AICEP e a Administração do Porto de Sines ( APS) determinaram o local de implantação da pequena refinaria. Também obtiveram a concessão, junto da CLT – Companhia Logística de Terminais Marítimos, da recolha dos resíduos petrolíferos dos navios no porto de Sines. E assinaram um acordo com a transportadora marítima da MSC – que opera mais de 450 navios de grandes dimensões – para extração de resíduos dos seus navios quando cheguem a Sines.