Resíduos florestais vão produzir biocombustíveis
O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Florestas, Luís Capoula Santos, anunciou esta terça-feira, que o governo está a estudar a possibilidade de usar resíduos florestais para produzir biocombustíveis em biorrefinarias de pequena escala, noticia hoje o Público. Capoula Santos, durante um debate parlamentar sobre a reforma florestal, disse aos deputados que o objetivo é “usar os desperdícios das florestas não só para produzir energia”, como acontece nas centrais de biomassa, mas também biodiesel.
O ministro adiantou que esta possibilidade está ainda a ser estudada, em termos de viabilidade económica, e que os materiais que poderão ser usados nesta utilização serão devidamente identificados. “Até agora, os resíduos da floresta têm sido aproveitados sobretudo para centrais de biomassa com o objetivo de produzir energia elétrica, nós queremos ir um pouco mais longe”, disse Capoula Santos à agência Lusa, adiantando que “há experiências em Portugal com resultados interessantes”. O objetivo é produzir biodiesel a partir dos resíduos da floresta em unidades próprias, que poderão simultaneamente produzir eletricidade”, acrescentou.
Capoulas Santos considerou “que esta possibilidade pode alterar completamente a valia económica destas unidades porque, a partir do momento em que tal processo se torne economicamente viável, a produção de eletricidade passa a ser um mero subproduto”.
O Governo já encarregou o Laboratório Nacional de Engenharia Civil de “validar e confirmar a viabilidade técnica e económica desta possibilidade”, que Capoulas Santos espera que passe “de uma mera hipótese com possibilidade de sucesso a uma aplicação com prática concreta”.
As principais críticas às linhas gerais do pacote legislativo da reforma florestal – que inclui doze diplomas e foi apresentado por Capoulas Santos no Parlamento – incidiram na proibição da plantação do eucalipto e nos riscos de “municipalização”. O PSD e CDS-PP mostraram-se contra a “intenção” governamental de proibir a plantação deste recurso e o PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes aplaudiram a travagem da “eucaliptização”.