Os resíduos importados de Itália para a deposição num aterro em Setúbal vão ficar de “quarentena” até serem conhecidos os resultados de análises e uma empresa independente, revelou na terça-feira o Centro Integrado de Tratamento de Resíduos Industriais (CITRI), segundo o Público.
De acordo com um comunicado do CITRI,, um operador italiano obteve autorização e licença das autoridades ambientais portuguesas e italianas para enviar até 20 mil toneladas de resíduos classificados como sendo de “baixo risco e sem perigosidade (equivalentes ao lixo produzido nas habitações”, para o aterro na zona industrial da Mitrena.
O CITRI refere que, além de “garantir o estrito cumprimento de todas as normas comunitárias e requisitos da lei portuguesa neste tipo de operações”, decidiu adotar um “mecanismo adicional de controlo ambiental não obrigatório na lei, nem no Regulamento Europeu, dando seguimento à política de responsabilidade ambiental da empresa”. Nesse sentido, após inspeção já realizada pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, o CITRI colocou de “quarentena” as cerca de 2700 toneladas de resíduos já importados, procedeu à identificação de todos os fardos e contratou uma empresa internacional independente para a realização de análises e recolha de amostras adicionais, que serão remetidas às autoridades.
A empresa responsável pelo aterro de resíduos não perigosos de Setúbal garante que “só após a confirmação da caracterização dos resíduos pelas análises laboratoriais internas, e pela entidade internacional independente, e uma vez confirmados os critérios de aceitação, será levantada a quarentena e os resíduos serão devidamente processados”.
No ano passado, Portugal importou cerca de “133 mil toneladas de resíduos” e exportou cerca de 200 mil toneladas.