O chairman da Repsol, Antonio Brufau, defendeu na assembleia-geral de acionistas, realizada em Madrid, que a transição energética em Espanha seja “ordenada e tire partido de todas as soluções” porque, caso contrário, “corre o risco de destruir uma parte essencial do valor do nosso país”.
Na sua intervenção perante os acionistas da empresa, Antonio Brufau sublinhou o compromisso da Repsol na luta contra as alterações climáticas e reivindicou o papel da indústria na criação e manutenção das economias desenvolvidas. “A indústria gera trabalhos de grande valor acrescentado e salários dignos, crescimento, investigação e futuro”, disse.
Antonio Brufau defendeu a neutralidade tecnológica para enfrentar o processo de transição energética de modo que se continue a gerar valor através da indústria, o que permitirá avançar na criação de riqueza e emprego.
“Abandonar o conceito de neutralidade tecnológica, apostando apenas em algumas tecnologias, implica destruir tecido industrial, reduz a investigação que permite melhorar e, sem dúvida, reduz a possibilidade de um mundo melhor a médio e longo prazo”, acrescentou.
O chairman da Repsol considerou que a livre concorrência é “básica para o desenvolvimento de sociedades competitivas porque evita encargos fiscais ineficientes e subsídios ineficazes”. “Se não contemplamos a sociedade no seu conjunto, amanhã e dentro de muitos anos podem surgir efeitos que apenas vão prejudicar os menos favorecidos”, afirmou Antonio Brufau.
Posicionamento como empresa multienergia
Por seu lado, o presidente-executivo, Josu Jon Imaz, enumerou os principais feitos da companhia durante o exercício passado, quando a Repsol obteve um resultado líquido de 2.341 milhões de euros, o maior resultado dos últimos oito anos, apoiado na solidez dos negócios e na força do modelo integrado.
Josu Jon Imaz sublinhou o crescimento registado pela companhia como fornecedor multienergia graças à sua flexibilidade e capacidade de adaptação.
O presidente-executivo recordou que, em junho do ano passado, depois de ter cumprido com dois anos de antecipação dos objetivos do seu Plano Estratégico, a Repsol atualizou a sua estratégia até 2020 a partir de quatro pilares: remunerar de forma crescente o acionista, crescer de forma rentável no “upstream” (exploração e produção) e “downstream” (refinação, química, marketing, lubrificantes, GPL, “trading” e gás, e Repsol Eletricidade e Gás), desenvolver novos negócios vinculados à transição energética e solidez financeira.
De 2018, Josu Jon Imaz destacou que “a Repsol deu um importante passo no seu compromisso de ser um ‘player’ chave na transição energética”, lançando, entre outras iniciativas, Repsol Eletricidade e Gás, filial que já conta com 870 mil clientes em Espanha.
A compra dos ativos não regulados de Viesgo e a sua comercializadora, com a qual a Repsol reforçou a sua posição como operador multienergia, somando uma capacidade total instalada de 2.952 MW, Imaz acrescentou outras iniciativas, como a aquisição do projeto fotovoltaico Valdesolar. Com estas incorporações, a Repsol alcançará mais de 70% do seu objetivo estratégico de capacidade de geração baixa em emissões, fixado para 2025 em 4.500 MW.
Também sublinhou a evolução que estão a registar os negócios tradicionais da empresa. Neste sentido, deu como exemplo a expansão levada a cabo no México, com a abertura de 180 estações de serviço; o lançamento, juntamente com a Kia, do serviço de “carsharing” Wible, e a melhoria do portefólio de ativos de “upstream”.