São 20 as entidades que se juntaram no rePLANT, um projeto que irá trazer novas tecnologias para desenvolver a floresta portuguesa e torná-la mais segura.
Num investimento de cerca de 6 milhões de euros, envolvendo mais de 70 investigadores e técnicos especializados, o projeto vai permitir, entre várias iniciativas, “monitorizar a floresta através de câmaras óticas, simular e prever o comportamento do fogo, desenvolver novos modelos de gestão florestal sustentável para as principais espécies florestais portuguesas ou utilizar a robótica nas operações florestais”. Até junho de 2030, o rePLANT vai juntar empresas líderes do setor, universidades e centros de investigação, todas com o objetivo de “valorizar a floresta” através do uso de “novas tecnologias”, criando “novos produtos e serviços nas áreas da gestão integrada da floresta e do fogo”, lê-se num comunicado.
De acordo com Carlos Fonseca, diretor Científico e Tecnológico do ForestWISE – Laboratório Colaborativo para Gestão Integrada da Floresta e do Fogo, que fará a gestão deste projeto com a The Navigator Company, “esta iniciativa pretende responder aos desafios de valorização e defesa da floresta, num setor com mais de 24 mil empresas, responsável por mais de 100 mil empregos e que representa cerca de 10% das exportações do país, contribuindo para o aumento da biodiversidade e da resiliência da floresta portuguesa”.
Apoiado pelo Compete/Portugal 2020, através dos programas POCI e Lisboa 2020, o rePLANT vai ter impacto em todo o ecossistema produtivo e empresarial do setor e melhorar a segurança das populações que vivem em espaços florestais. Através do projeto, serão introduzidos “produtos e serviços inovadores no setor”, que terão um “impacto positivo em toda a cadeia”, nomeadamente nos prestadores de serviços e nos produtores florestais. De acordo com o comunicado, será ainda desenvolvida uma “investigação em espécies mais adaptadas às alterações climáticas” e “novos modelos de gestão florestal sustentável para as principais espécies florestais portuguesas”.
O rePLANT dará ainda origem a um sistema de vigilância que, através da instalação de câmaras óticas nos postes da REN situados na floresta, permitirá uma “monitorização e melhor controlo do risco de incêndio florestal”, bem como a “simulação do comportamento do fogo”, refere o comunicado.
No âmbito do projeto serão também desenvolvidos novos sistemas digitais de inventário florestal e monitorização regular da floresta, sistemas de comunicação entre equipamentos para os processos de corte e transporte de produtos florestais (madeira e biomassa), e novos equipamentos com automação e robótica para cuidar das florestas cultivadas.
“Numa altura em que urge encontrar modelos de desenvolvimento sustentável, esta é a melhor oportunidade para dedicar à floresta e aos seus agentes uma atenção redobrada, com um verdadeiro sentido inclusivo com os olhos no futuro. O rePLANT corporiza esse desafio e fá-lo de uma forma intergeracional, inovadora e multidisciplinar – as novas abordagens e as novas tecnologias são também novas oportunidades”, acrescenta o responsável.
O rePLANT está estruturado em três grandes áreas de atuação – a primeira, dedicada à Gestão da floresta e do fogo (liderada pela Sonae Arauco e pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa); a segunda, sobre Gestão do risco (sob coordenação da REN – Redes Energéticas Nacionais e da Universidade de Coimbra); e um terceiro pilar, sobre Economia circular e cadeias de valor (sob gestão da The Navigator Company e do ForestWISE).
As 20 entidades envolvidas no projeto são: o ForestWISE, a The Navigator Company, a REN, a Sonae Arauco, a Altri Florestal, a Amorim Florestal, a DS Smith, a EDP Distribuição, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, a Universidade de Coimbra, o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, a Whereness, a EDP Labelec, a Trigger Systems, a Frazivel, a Tesselo, a Florecha, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária I.P., a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.