O rendimento gerado pela atividade agrícola em Portugal deve diminuir 3,3% em 2020, face a 2019, recuando pela primeira vez desde 2011, segundo a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura divulgada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), pode ler-se no site da Lusa.
De acordo com o INE, para este recuo de 3,3% do rendimento da atividade agrícola, em termos reais, por unidade de trabalho ano (UTA), “foi determinante o decréscimo do Valor Acrescentado Bruto (VAB) (-7,7%)”, uma vez que os ‘outros subsídios à produção’ deverão aumentar (+3,6%) e o volume de mão-de-obra agrícola deverá diminuir (-5,6%).
“A atividade agrícola foi naturalmente condicionada pelos efeitos da pandemia covid-19, verificando-se um impacto negativo na produção vegetal, sobretudo nos produtos mais perecíveis ou sensíveis a transporte e armazenamento, enquanto a produção animal foi afetada pelas alterações nos padrões de consumo decorrentes do confinamento”, refere.
Ainda assim, este ano a importância relativa do setor agrícola na economia nacional deverá manter-se em 1,7%.
Segundo o INE, de janeiro a outubro de 2020 as exportações de produtos agrícolas registaram um aumento de 6,2% face ao período homólogo, enquanto as exportações totais de bens decresceram 11,5%. No mesmo período, as importações de produtos agrícolas diminuíram 2,6%, um decréscimo menos significativo do que o das importações totais de bens (-16,5%).
Para a diminuição nominal do VAB o INE diz terem concorrido a variação negativa da produção do ramo agrícola (-2,8%) e uma “ligeira variação positiva” do consumo intermédio (+0,4%). “Em termos reais, perspetiva-se um decréscimo ainda mais acentuado do VAB (-8,7%), refletindo uma redução da produção mais pronunciada em volume (-3,2%) do que em valor”, nota.