Passados quase cinco anos sobre os incêndios no concelho de Pedrógão Grande, a Celpa – Associação da Indústria Papeleira apresenta, através de um vídeo, os resultados do “ReNascer Pedrogão”.
“A obra fala por si, mas os testemunhos de quem assiste e de quem participa no renascimento daquele território, ao nível da biodiversidade e da economia, são um autêntico selo de qualidade”, refere a entidade, num comunicado, divulgado à imprensa.
Tânia Ferreira, da Associação dos Produtores e Proprietários Florestais (APFLOR) é perentória ao afirmar que “não é mais um plano, não é mais um projeto vendido. Há obra, obra feita. Não está esquecido numa gaveta”.
Por seu turno, Alda Coelho, proprietária Florestal, sublinha que “nós nunca tivemos apoios de ninguém e este foi o primeiro que apareceu. A Celpa, através da APFLOR, dirigiu-se a nós e nós aceitámos de boa vontade, de mãos abertas. Viessem mais assim”.
Este projeto, tal como indica a Celpa, está a estimular a biodiversidade, o investimento e a resiliência da floresta, conseguindo, simultaneamente, dar um novo ânimo a uma população rural que tem desesperado por apoios e medidas para recuperar a vida na floresta, base de desenvolvimento social e económico da região, mas cujo retorno é sistematicamente comprometido pelo abandono, a ausência de gestão, e a fragmentação da propriedade.
“Estamos a falar de propriedades, se calhar, na ordem dos 100m2, o que equivale a um jardim lá de casa, a uma horta familiar. Isto é um problema muito grande, na medida em que cada proprietário, para gerir a sua propriedade, tem mais custos do que ganhos”, esclarece Tânia Ferreira (APFLOR) no seu testemunho.
O projeto da Celpa conta com a mobilização de proprietários, associações, poder local e com aqueles que ali vivem, em torno de uma floresta que é nova e, acima de tudo, diferente da que existia.
Dina Duarte, presidente da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrogão Grande, também dá o seu testemunho: “As promessas que nos foram feitas foram imensas, o que efetivamente aparece no terreno é o feito pela Celpa. Foram os primeiros a aparecer com uma solução de restruturação da floresta. Achamos que é generoso da parte deles ensinarem-nos a fazer (…) para que este chão, que é tão produtivo não fique abandonado”.
Desde 2021 já foram rearborizados cerca de 130 hectares de floresta ardida com várias espécies, entre as quais: pinheiro-bravo, eucalipto, medronheiros e carvalhos, obedecendo às melhores práticas, demonstrando como no minifúndio se pode fazer bem floresta em Portugal. Simultaneamente, foram construídos ou beneficiados 54km de caminhos e aceiros, pode ler-se no mesmo comunicado.
“É óbvio que, quer do ponto de vista da beleza do local, como da produtividade e da sustentabilidade, a zona não intervencionada não tem nada a ver com a zona intervencionada. É uma grande mais-valia para a região e para as pessoas que visitam a região de Pedrogão Grande, declara Margarida Tomé, Professora Catedrática -Engenharia Florestal, no Instituto Superior de Agronomia.
“ReNascer Pedrogão” é a prova do compromisso da Celpa em ajudar a melhorar a floresta, otimizar e facilitar a sua gestão, bem como estimular o investimento e a biodiversidade dos povoamentos, assim como a contribuir para a diminuição dos riscos associados aos incêndios.
https://www.youtube.com/watch?v=BWPuRpaITHQ