O diretor de Regulação e Estatística da REN – Redes Energética Nacionais, Pedro Furtado, afirmou ontem que “a produção renovável raramente ultrapassou o consumo nacional” de eletricidade, rejeitando a teoria de que Portugal tem excesso de produção em regime especial, indica a agência Lusa.
De acordo com o responsável da empresa gestora da rede elétrica, “em 2018 a produção eólica ultrapassou em apenas uma hora o consumo nacional de eletricidade”, ainda menos do que nos anos anteriores.
Em 2017, a produção eólica tinha ultrapassado em quatro horas o consumo de eletricidade em Portugal, em 2016 em três horas e em 2015 também em quatro horas, segundo dados da REN, divulgados num encontro com jornalistas, nas instalações da empresa em Sacavém, distrito de Lisboa.
“A produção renovável tem sido muito discutida. Se olharmos para o número de horas em que a eólica ultrapassou o consumo nacional não ultrapassou 100 nem 400 horas”, acrescentou Pedro Furtado.
Em declarações aos jornalistas, Pedro Furtado realçou que “a lógica de olhar para a rede numa lógica de consumo morreu”, porque hoje “há um serviço prestado pela rede ao setor”.
Nos últimos anos, acrescentou, Portugal foi claramente exportador de eletricidade, negócio que rendeu 782 milhões de euros entre 2016 e 2018, o que ocorreu porque as centrais portuguesas “foram mais competitivas”.