A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria posiciona-se contra a decisão da APA (Agência Portuguesa do Ambiente) de concessionar à empresa Voltalia a exploração por 30 anos da Barragem do Cabril, em Pedrogão Grande, para a implementação de um parque com 33 hectares de painéis fotovoltaicos flutuantes.
Os autarcas consideram que esta decisão, para além da ausência de qualquer consulta aos municípios diretamente afetados, serve interesses económicos e de aumento da receita do Estado, e não de interesse público ambiental como afirma a APA.
Para os responsáveis da região de Leiria, na implementação desta concessão de 33 hectares de painéis fotovoltaicos no Cabril não existe um único interesse ambiental que justifique a decisão, “pelo contrário, hoje é consensual na comunidade científica que a implementação de plataformas fotovoltaicas flutuantes causa danos significativos à fauna e flora locais, interfere com a qualidade e temperatura das águas paradas da albufeira, a que acrescem os fortes impactos visuais na paisagem natural daquele local”.
“É uma decisão com graves consequências para estes territórios e uma decisão questionável sob vários prismas, inclusive do ponto de vista legal”, acusa a CIMRL.
Os municípios envolvidos avaliam a possibilidade de ação judicial de suspensão de eficácia das decisões da APA sobre esta concessão.