A Mobi.E apresentou um estudo pioneiro em relação à rede nacional de carregamento de veículos elétricos, onde concluiu que a mesma precisará de 1,5 mil milhões de euros até 2050, de forma a ter 76 mil pontos de carregamento nesse prazo, dos quais 1.588 serão para pesados e 37 estações serão para hidrogénio.
Esta segunda-feira, a empresa garantiu que para cumprir o regulamento AFIR será preciso ter 300 kW a cada 60 quilómetros até 2027 e, para cumprir o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) serão precisos 15 mil pontos até 2025.
No ano 2030, espera-se ter 1.230 MW de potência instalada e em 2050 prevê-se, ao cumprir este cenário, 3.320 MW de potência instalada na rede portuguesa de carregamento elétrico. A boa execução desta meta poderá traduzir-se num benefício económico de 1,9 mil milhões de euros e na poupança de 3,3 milhões de toneladas de CO2.
Em relação ao hidrogénio, o Roteiro e Plano de Ação estabelece uma meta de 1% a 5% de hidrogénio verde no consumo de energia do transporte rodoviário em 2030, mas ainda há uma “indefinição no mercado”, com falta de certezas se haverá realmente investimento nesta solução por parte dos stakeholders. O total de investimento na infraestrutura de abastecimento de hidrogénio deverá ser de 219 milhões de euros até este prazo.
À data do fecho do estudo, a 31 de dezembro de 2022, Portugal tinha 0,62 tomadas de carregamento por 1.000 habitantes, abaixo da média europeia (1,1), mas o nosso país fica acima no que diz respeito a tomadas rápidas e ultrarrápidas (33%).
85% dos utilizadores carrega o seu carro elétrico em casa e 73% já sentiu dificuldades em encontrar postos de carregamento disponíveis. 42% diz que a localização é um fator de escolha do ponto e 28% diz que é a relação preço/qualidade. As áreas rurais são apontadas por 24% como zonas mais complicadas de encontrar postos de carregamento e 32% diz que sente este problema nas cidades pequenas.
Por sua vez, 29% dos municípios portugueses diz ter uma verba no orçamento municipal destinada à expansão da rede de mobilidade elétrica e 70% afirma ainda não ter estabelecido um plano estrutural sobre este assunto.