Já poucas dúvidas restam sobre o quão importante é atuar na mitigação e na adaptação às alterações climáticas. As medidas tomadas até 2030 e o seu sucesso serão determinantes para se garantir uma transição justa, verde e digital e uma economia com “emissões zero” na União Europeia e em todo o mundo.
Foi em torno destas questões que o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, deixou bem claro a importância de se agir já para se conseguir a neutralidade em 2050: “Se temos esse desígnio temos de fazer melhor durante a primeira metade da década, até porque, caso contrário, as pessoas nunca acreditarão que nós estamos a fazer alguma coisa”.
Matos Fernandes participou esta quarta-feira, dia 24 de março, na conferência virtual “Investing in Climate Action: The Make-or-Break Decade“, organizada pelo Project Syndicate, pelo Banco Europeu de Investimento e pela Comissão Europeia.
O ministro do Ambiente que se encontrava no Algarve, na cerimónia de apresentação do projeto do “Sistema de elevação de água para o túnel de Odeleite/ Beliche”, aproveitou a ocasião para dar conta aos participantes que o sul de Portugal é uma zona de seca severa, onde as adaptações têm que ser aplicadas: “Quando falamos de alterações climáticas não podemos somente pensar nas próximas gerações. As gerações presentes já estão a sofrer e somos responsáveis por alterar as coisas de maneira a ter um melhor planeta no futuro”, disse.
Para o chefe da pasta do Ambiente, os Estados-Membros da União Europeia estão alinhados com os desafios que a União Europeia se comprometeu, acreditando que as negociações na 26.ª Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, em Glasgow, serão cruciais: “Há cinco anos a União Europeia comprometeu-se na redução em 40% das emissões de CO2 antes de 2030. Cinco anos depois temos uma ambição muito maior”. O regresso dos Estados Unidos da América ao Acordo de Paris é muito importante, mas Matos Fernandes deixou bem presente que a UE “não quer perder a liderança” neste processo.
O ministro do Ambiente reconhece que os “principais alvos” sobre a ação climáticas do ponto de vista da mitigação, têm estado centrados na “redução das emissões”, na “mobilidade sustentável” ou nas “energias renováveis”, pelo que não existem “objetivos específicos” quando se fala em biodiversidade. A “Biodiversity Conference” prevista para o segundo semestre de 2021 é assim fundamental para que haja “objetivos muito precisos” sobre a biodiversidade: “A pandemia mostrou que é impossível discutir saúde humana, sem discutir a saúde animal e a mental”. No que concerne estas matérias, Matos Fernandes deixou uma mensagem: “Estou quase certo de que o próximo grande problema que vamos discutir a nível mundial será como recuperar a biodiversidade e como regenerar os nossos ecossistemas”.
*Foto: Twitter – Ambiente e Ação Climática PT