O Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco (CERAS) recebeu nas últimas semanas, em consequência dos incêndios florestais, mais de 90 animais, estando 50 internados atualmente, informou hoje a associação Quercus.
“Os grandes incêndios que se têm feito sentir, associados à vaga de calor e seca extrema em grande parte do território nacional, estão a provocar um aumento fora do normal nos ingressos de fauna selvagem ferida no CERAS, o hospital de fauna selvagem da Quercus em Castelo Branco”, explicou à agência Lusa Samuel Infante, da associação ambientalista.
O CERAS, inaugurado em 1998, recebe em média cerca de 200 animais por ano, mas, segundo o ambientalista, na semana passada, esse número já tinha sido ultrapassado, com 250 entradas. “Ainda estamos a metade do ano, pelo que é expectável que este número duplique até ao final de 2017”, explicou.
Samuel Infante sublinhou que nas últimas semanas chegaram a estar em recuperação mais de 90 animais em simultâneo. Os 50 animais que estão internados são de espécies tão diferentes como cegonhas, abutres, mochos, abelharucos, águias, esquilos, entre muitas outras.
“Todas estas espécies selvagens são protegidas por lei e algumas delas encontram-se em perigo crítico de extinção, como a rara águia-imperial-ibérica, com uma população em Portugal de apenas 13 casais”, frisou o representante
Face a este aumento significativo de ingressos, a Quercus apela ao reforço no voluntariado, para ajudar as equipas existentes, em particular aos fins de semana.
Atualmente as tarefas diárias no centro passam por alimentação das crias de três em três horas, tratamentos e preparação da alimentação dos animais, limpeza e manutenção de instalações ou ajudar nas ações de sensibilização e devolução à natureza dos animais recuperados.
Para ajudar a Quercus, as pessoas podem tornar-se voluntárias, fazer um donativo em dinheiro ou em géneros ou ainda apadrinhar um animal em recuperação.