A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) acaba de divulgar o Relatório Anual de Resíduos Urbanos 2019 (RARU 2019), onde poderá ser encontrada informação sobre a gestão de resíduos urbanos efetuada pelos Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) referente ao ano de 2019.
De acordo com os dados divulgados no site da APA, em 2019 foram produzidas em Portugal 5,281 milhões de toneladas (t) de Resíduos Urbanos (RU), mais 1% do que em 2018, verificando-se um ligeiro aumento na produção, quando comparado com anos anteriores.
Destino
A análise aos dados providenciados pelos Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) permite apurar, também, que o “aterro continua a ser o destino direto preferencial” por parte dos SGRU, quando comparado com cada uma das restantes instalações de valorização, tendo o valor percentual de material que teve esse destino sido constante face ao ano 2018. Esta constatação é igualmente suportada pela análise efetuada aos destinos diretos e indiretos, que permite aferir que foram “encaminhados para aterro cerca de 57% dos resíduos produzidos”.
No que respeita à meta de Resíduos Urbanos Biodegradáveis (RUB) depositados em aterro, face a uma inversão da tendência de diminuição existente até 2014, destaca-se que estão cada vez mais “distantes da meta (35%), sendo que o valor apurado para 2019 foi de 45%”. Com base nos resultados alcançados para o ano 2019, com o aumento da produção de resíduos que se perspetiva, face à tendência verificada nos últimos anos, e inexistência de melhorias nas unidades TM/TMB, prevêem-se algumas dificuldades no cumprimento da meta para o ano 2020.
Por outro lado, e pese embora os últimos anos tenham sido pautados por investimentos efetuados na modernização de equipamentos de triagem, assim como no reforço das redes de recolha seletiva, face ao valor alcançado no ano de 2019 (41%), perspetivam-se, ainda, “dificuldades em alcançar a meta reciclagem para 2020 (50%)”, diz o relatório.
Segundo a APA, a ambiciosa meta de preparação para reutilização e reciclagem de 2020, torna essencial uma “aposta no incentivo de uma rede de recolha seletiva devidamente estruturada e capacitada para a população”, sendo a “criação de instrumentos para a sua efetivação um ponto crucial”. Em particular, a recolha seletiva de resíduos orgânicos, apoiada por uma elevada penalização financeira a quem ainda recorra ao aterro e valorização energética de forma direta. Complementarmente o desenvolvimento da recolha seletiva terá de encontrar “forma eficaz de premiar os cidadãos que participam ativamente na mesma”, considera a APA.
Quanto às retomas de recolha seletiva, verifica-se um aumento do resultado face ao ano anterior, tendo já sido alcançada a meta estabelecida para 2020 (47 kg/hab.ano).
Por último, verifica-se que o quantitativo de composto produzido diminuiu face a 2018, sendo que, o seu escoamento aumentou, uma vez que de acordo com o apurado junto dos SGRU, o composto produzido tem uma elevada aceitação por parte dos utilizadores. Quanto ao Combustível Derivado de Resíduos (CDR), face aos resultados do presente relatório, existe uma “redução do encaminhamento de resíduos para as unidades de produção deste, consequência do não escoamento do CDR produzido, pelas elevadas percentagens de humidade presentes”, refere o relatório.