A Quercus “vem tornar público que a sua posição passou a ser desfavorável ao processo em curso relativo à construção do novo aeroporto, incluindo a emissão da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) pela APA, colocando-se assim ao lado e apoiando a posição das associações de defesa do ambiente que se têm manifestado contra e recorrido aos Tribunais”, pode ler-se num comunicado divulgado pela associação.
A associação ambientalista que, tem uma nova direção desde fevereiro deste ano, considera que a posição veiculada publicamente em 2019 sobre o novo Aeroporto do Montijo “não reflete a visão da maioria do universo de associados e membros dirigentes da associação”. Além disso, e dada a importância da matéria em causa, a Quercus destaca a necessidade de “análise mais profunda, alargada e participada entre dirigentes e técnicos, promovendo análise e discussão interna”.
Neste sentido, reconhecendo a Quercus que na posição inicial, tornada pública no ano passado, não foram abordados temas essenciais, como questionar a “alegada urgência do Governo” na construção deste aeroporto, tendo em conta não só o contexto da crise climática, como até fatores de contexto económico; “criticar o facto de o Governo tomar decisões contratuais e até as publicitar, antes de o processo de Avaliação de Impacte Ambiental estar concluído, ou “defender a necessidade de o processo incluir estudos alternativos”, entre outros.
Por outro lado, diz a Quercus, foram agora tidos em conta aspetos “novos” que vieram a ser levantados por outros organismos que participaram na consulta pública, nomeadamente o “impacto sobre aspetos histórico-culturais relevantes, como a navegabilidade das embarcações típicas do estuário do Tejo”. Além disso, foi também tido em consideração que “não é aceitável a tentativa por parte do Governo de alterar a lei, para impedir que os municípios que se opuseram tenham voz vinculativa no processo”.
Por fim, o “atual contexto da crise pandémica e económica” é também um entrave contra o novo aeroporto, visto que coloca em causa a “expansão aeroportuária” e, por outro lado, a pandemia, trouxe a “promoção do trabalho e das reuniões em modo remoto”, reduzindo deslocações e respetivas emissões, sustenta.