Quercus considera construção de aterro no rio Mondego um absurdo e alerta para o risco de cheia
O “Desassoreamento da Albufeira do Açude-Ponte em Coimbra”, promovido pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente e Câmara Municipal de Coimbra, é necessário devido à má gestão da bacia hidrográfica do rio Mondego e tem como objetivo principal reduzir o risco de cheias na cidade de Coimbra, defende a Quercus.
O projeto previa dragar o rio Mondego, com três localizações possíveis para a deposição temporária dos inertes dragados em cerca de 50 hectares, junto da cidade de Coimbra. No entanto, também previa que os inertes excedentários fossem depositados no leito do rio a jusante do açude-ponte, apesar de existirem estudos que referem que este troço do Mondego está também assoreado. Deste modo, a decisão da APA – Agência Portuguesa do Ambiente – de permitir a deposição dos inertes no leito do rio no baixo Mondego foi incompreensível.
Os impactes sobre a fauna fluvial e nomeadamente sobre os peixes migradores, de que são exemplo o sável, a lampreia-marinha ou a enguia-europeia, não foram devidamente acautelados.
O gigantesco aterro que está a ser efetuado no rio Mondego, vai provocar graves problemas em termos de retorno das cheias e assoreamento do rio, com prejuízos para todo o vale do Mondego a jusante de Coimbra, nomeadamente para a produção agrícola e nas localidades ribeirinhas, que são zonas já por si têm bastantes riscos ao nível das cheias.
A delegação do Centro da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) recusou à Quercus a consulta da documentação do processo. A Quercus pede o esclarecimento público e a responsabilização pelos prejuízos decorrentes deste projeto.