Quercus comemora 33 anos de existência e atribui Prémio Quercus 2018
Para assinalar os 33 anos de história, a Quercus decidiu atribuir o Prémio Quercus 2018 a José Manuel Caetano, pelo trabalho meritório que este tem realizado na área do Ambiente, e pela sensibilização e defesa das várias causas ambientais em que se tem envolvido.
A Quercus “tem constituído uma referência de intervenção ambiental ao longo da sua existência, com uma análise crítica e participada sobre as opções da sociedade portuguesa, quanto às políticas seguidas nos domínios do ordenamento do território, conservação da natureza, energia e alterações climáticas, educação ambiental, recursos hídricos, resíduos e floresta, entre outros”, lê-se na nota enviada. A sua implantação regional, através de quase duas dezenas de Núcleos, “permite-lhe uma ação próxima das populações e dos problemas locais”, sendo o trabalho desenvolvido pela Associação, na grande maioria, assegurado por voluntários.
José Manuel Caetano nasceu em Faro, em 25 de novembro de 1943. Empresário e gestor, fundou, em Setembro de 1987, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta, de que é Presidente desde então. É também, desde 2005, Presidente da Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente – CPADA (que fundou em 1987). É membro de várias ONGAs e de organizações internacionais relacionadas com a bicicleta. Introduziu o BTT em Portugal, impulsionou o Projeto Benfica Ciclável, em articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente e com financiamento do Programa EEA GRANTS, e tem promovido inúmeras Campanhas de Prevenção Rodoviária e de Condução Segura e de Prevenção de Fogos Florestais. No âmbito da Presidência Aberta pelo Ambiente do Presidente da República Mário Soares (Sintra, 1994), coordenou a ação dedicada à bicicleta, com a participação de mais de 2500 utilizadores de bicicleta. Representa o Movimento Ambientalista no Conselho Económico Social e no Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, integrando, igualmente, o Observatório do Ambiente.
Conheça a história do Prémio Quercus
A Associação explica que o Prémio Quercus foi instituído com o “objetivo de distinguir entidades, empresas ou cidadãos que se evidenciem na defesa do ambiente e na promoção do desenvolvimento sustentável”:
- Em 2004, primeiro ano em que o Prémio Quercus foi atribuído nos moldes actuais, a “Plataforma Nunca Mais” foi a distinguida em reconhecimento do excelente trabalho desenvolvido em sequência do desastre ocorrido com o petroleiro “Prestige”, em Novembro de 2002, que contaminou de forma extensa o mar e a costa da Galiza, ameaçando também o território Português.
- Em 2005 o Prémio foi atribuído a Gonçalo Ribeiro Telles e José Sá Fernandes pelo empenho na defesa do ambiente e de um adequado ordenamento do território.
- Em 2006 a Câmara da Chamusca e o Eng. Gomes Pedro foram os distinguidos, respectivamente pela forma exemplar como desenvolveu o processo de participação pública na discussão da instalação de um CIRVER (Centro Integrado de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos) e por toda uma vida dedicada ao estudo e preservação da flora, quer em Portugal, com um trabalho extenso desenvolvido sobre a vegetação da Arrábida, quer no continente Africano.
- Em 2007 o galardoado pelo Prémio Quercus foi o programa BIOSFERA, produzido para a RTP pela Farol de Ideias, pela forma exemplar como manteve as questões de ambiente em discussão ao longo de um período em que outros temas, nomeadamente económicos e sociais, ganhavam importância nos media portugueses.
- Em 2008 a Junta de Freguesia da Ericeira foi distinguida com o Prémio Quercus por ter vindo a demonstrar, através de um conjunto alargado de projectos, o seu empenho e a sua insistência em ser um contributo para a minimização dos problemas ambientais, juntamente com, a título póstumo, o Dr. José Cardoso da Rocha, reputado Cirurgião-Pediatra, por ter sido um dos pioneiros da Agricultura Biológica em Portugal.
- Em 2009 o Prémio Quercus foi atribuído ao Engenheiro Silvicultor e Arquitecto Paisagista António Facco Viana Barreto pela sua longa carreira dedicada ao ordenamento do território e por ter sido o ideólogo de instrumentos jurídicos essenciais nessa área, juntamente com, a título póstumo, Veríssimo de Freitas da Silva Borges, Biólogo e ambientalista, pelo contributo de toda uma vida à causa ambiental revelando-se um dos mais activos dirigentes da Quercus e, no contexto açoriano, uma das vozes mais insistentes na defesa dos valores ambientais.
- Em 2010, foram distinguidos com o Prémio Quercus, Carlos Pimenta, Engenheiro Electrotécnico, e Luísa Schmidt, Socióloga e Investigadora, o primeiro galardoado destacando-se por ter deixado uma marca de competência e determinação na promoção da sustentabilidade aquando da sua passagem pela governação de Portugal, entre 1983 e 1987, como Secretário de Estado do Ambiente e a segunda galardoada pela promoção da análise social acutilante das questões ambientais e da sustentabilidade, através de projectos de investigação e divulgação destas temáticas junto da sociedade portuguesa.
- Em 2011, o Prémio Quercus foi atribuído ao Parque Biológico de Gaia e a Viriato Soromenho-Marques, o primeiro pelos quase 30 anos de trabalho em prol do Ambiente, nomeadamente ao nível da Educação Ambiental em Portugal e o segundo, pela intensa actividade ligada à defesa do ambiente que desenvolve desde 1978, destacando-se no seu percurso a coordenação científica do Programa Gulbenkian Ambiente.
- Em 2012, a Quercus galardoou com o Prémio Quercus o Professor Doutor Raimundo Quintal e a Herdade do Freixo do Meio, ex-aequo, o primeiro galardoado destacando-se por numerosos artigos nas áreas da Ecologia, Biogeografia e Educação Ambiental e por uma intervenção cívica em prol das questões ambientais e a segunda galardoada pelo seu desenvolvimento centrado no desempenho de funções sociais de forma compatível com o funcionamento do nosso planeta, onde se destacam as várias culturas que pratica em Modo de Produção Biológico.
- Em 2013, o galardoado com o Prémio Quercus foi o Professor Doutor Eugénio Sequeira, pela sua longa carreira como professor e investigador, onde se destaca o trabalho no combate à desertificação e na gestão responsável da Floresta, assim como pelo trabalho meritório que desenvolveu como dirigente associativo, sobretudo ao serviço da Liga para a Protecção da Natureza.
- Em 2014, o Prémio Quercus foi atribuído ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, pelo importante trabalho realizado ao nível da prevenção, vigilância e deteção de incêndios florestais e outras agressões ambientais, assim como pela colaboração ativa em ações de formação, sensibilização, informação e educação em matéria ambiental.
- Em 2015, a Quercus galardoou com o Prémio Quercus, o Professor Filipe Duarte Santos, professor catedrático de Física na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e que dedica sobretudo à investigação nas Ciências do Ambiente e em especial às Mudanças Globais e Alterações Climáticas, ex-aequo com o projeto Vale da Sarvinda, situado na zona o Tejo Internacional e que tem a ambição de fixar pessoas à terra, sendo auto-suficientes no que respeita à produção de alimento, energia e rendimento.
- Em 2016, o Prémio Quercus foi atribuído a Armindo Jacinto, Presidente do Executivo do Município de Idanha-a-Nova, pelo forte compromisso na promoção do desenvolvimento social, económico e ambiental deste concelho e à AMO Portugal – Associação Mãos à Obra Portugal, herdeira da organização de base do Projeto Limpar Portugal, pela promoção de diversas iniciativas de voluntariado de âmbito nacional.
- Em 2017, a Quercus galardoou com o Prémio Quercus, o Doutor Nuno Gomes de Oliveira e o Movimento proTEJO, ex-aequo, o primeiro galardoado destacando-se por quatro décadas de envolvimento em inúmeras questões e lutas pelo património natural e cultural e a autoria de vários projetos como o Parque Biológico de Gaia, e o segundo galardoado pelas diversas atividades desenvolvidas na defesa do rio Tejo e dos seus afluentes, incluindo de caráter institucional, de relação com as entidades competentes pelas políticas da água, de caráter científico, de caráter interventivo e de caráter mais lúdico.