Quercus chama a atenção para a presença invasora da Vespa asiática em Portugal
A Natureza envolve uma diversidade de ecossistemas onde o Homem está inserido, sendo por isso nos dias de a hoje a sua conservação entendida não apenas pelo seu valor Natural, mas principalmente pela função “mãe” de equilíbrio e estabilidade da Terra. A elevação do Homem como espécie dominante da Terra, levou-o a esquecer-se da dependência, direta ou indireta, dos valores e serviços oferecidos pela Natureza. Entre estes, é importante realçar a relevância da biodiversidade, tanto para a estabilidade dos ecossistemas como para a vida quotidiana do Homem. No entanto, a biodiversidade está a ser ameaçada um pouco por todo o Planeta principalmente devido à ação e arrogância do Homem para com a Natureza.
O preocupante contínuo decréscimo da biodiversidade um pouco por todo o Mundo, tem-se apresentado como uma das maiores preocupações em termos de Conservação da Natureza. Portugal não foge à exceção e apresenta sérias ameaças à biodiversidade existentes no país, destacando-se a destruição e degradação de habitats, a poluição, as alterações climáticas, os incêndios e a proliferação de espécies invasoras.
A este nível, a Vespa Velutina, mais conhecida como Vespa asiática, é uma das espécies invasoras com mais crescimento em termos de população nos últimos anos e em termos de expansão no território, apresentando elevados impactos, tanto ao nível da biodiversidade como da agricultura. No ano de 2017 foram detetados aproximadamente 4500 ninhos em território nacional, mais do dobro do ano anterior, sendo que nos últimos 3 anos, em soma, foram detetados mais de 10 mil ninhos por todo o país. Referindo-se estes valores apenas aos ninhos detetados, a realidade pode ser bem mais preocupante, podendo ser três a quatro vezes superior ao conhecido no momento.
O crescimento galopante desta espécie invasora demonstra que as medidas previstas no Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina são insuficientes ou mal aplicadas. A Quercus, a título de exemplo, tem conhecimento que existem Serviços da Proteção Civil que cobram à população para procederem à remoção de ninhos de Vespa Velutina. Apesar de estes casos não representarem a maioria das situações, estes comportamentos por parte da Proteção Civil levam a que a população opte por tentar remover por si os ninhos, sem consulta de especialistas, arriscando a sua própria saúde e uma ineficiente remoção, ou até mesmo que a população deixe de relatar a existência de ninhos avistados.
Este tipo de comportamentos de entidades pertencentes à Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo da Vespa Velutina (CVV) põem em causa a intervenção no terreno para o espécie invasora, levando a crer que o Plano de Ação para o Controlo da Vespa Velutina deva ser reformulado e melhorado.
A par do que já referiu em janeiro de 2018, a Quercus contínua sem entender o porquê de Organizações de Produtores Florestais (OPF), Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGA) e as suas respetivas federações e confederações não integrarem a Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo da Vespa Velutina. A representatividade destas entidades no terreno, o conhecimento descentralizado e a capacidade de apoio no controlo da Vespa-asiática acrescentariam