Para assinalar o Dia Internacional sem Sacos de Plástico que se celebra esta sexta-feira, dia 3 de julho, a Quercus salienta em comunicado a importância de “manter a reutilização dos sacos de plástico, comportamentos de prevenção de situações como a que vivemos e antevemos e cujos impactes são hoje já conhecidos nos ecossistemas, em especial nos Oceanos”.
Num momento em que à crise climática se junta uma brutal crise económica, decorrente da pandemia Covid-19, é fundamental salientar a necessidade de “acelerar a transição para o modelo de economia mais circular” onde se valorizam mais os recursos, minimizando o seu consumo, reutilizando e fazendo o encaminhando correto dos resíduos. Segundo a Quercus, a crise climática e as pandemias “não são questões independentes e são resultado de uma má relação do ser humano com a natureza”.
A Quercus recorda que a introdução de uma taxa por cada saco de plástico em Portugal a partir de 2015, prática já existente em muitos países Europeus desde 2011, provocou uma “forte mudança dos hábitos dos portugueses”. Esta medida “contribuiu para uma economia mais circular, levando à redução em cerca de 50% no consumo de sacos de plástico nos supermercados”, diz a associação, ressaltando que “ainda é necessário não descuidar este hábito, reutilizando ainda mais os sacos e optando por adquirir, e apenas quando estritamente necessário, aqueles que incorporem ou sejam 100% compostos por plástico reciclado”.
Para a Quercus é necessário “não esquecer que vivemos uma crise climática que está longe do fim e será provavelmente um ´tubarão´, ao lado da crise pandémica que vivemos atualmente”. No que toca aos plásticos, “já não é novidade a chocante frase de que em 2050 provavelmente teremos mais plástico do que peixe no Oceano”, alerta a associação ambientalista.
Travar esta tragédia é um dos maiores desafios que o indivíduo tem pela frente e por isso a Quercus assinala este dia fazendo o “apelo à reutilização dos sacos e ao seu correto encaminhamento para reciclagem”, bem como a “adoção de materiais reutilizáveis nas práticas do dia-a-dia, como a utilização de máscaras comunitárias e a opção por recipientes reutilizáveis para takeaway, contrariando as tendências que, durante a atual situação de pandemia, se prevê relativamente ao consumo de descartáveis”.
Estima-se que a cada minuto se despeje no mar o equivalente a um camião cheio de lixo de plástico, onde se pode encontrar objectos tão diversos como garrafas de água e refrigerantes, copos, garfos, facas, pratos, colheres de café, cotonetes, sacos dos mais diversos tipos, redes de pesca, beatas, esferovite, entre tantos outros. De facto, 80% destes materiais em plástico são resultado de produtos consumidos em terra e muitos abandonados fora de qualquer contentor, ou nas areias das praias, voando até os rios e mares.
Os números falam por si e são assustadores: “A ONU estima que a cada ano sejam lançados para os oceanos oito milhões de toneladas de plástico. E todos somos responsáveis por isso, sendo urgente uma mudança deste paradigma”, alerta a Quercus.