Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Região Metropolitana do Porto são responsáveis por 6,4 % da poluição com metais pesados de toda a União Europeia, refere a Quercus, em comunicado. A associação acredita que é tempo de limitar as emissões de metais pesados nas ETAR’s, preparando os processos para uma maior filtragem dos contaminantes carcinogénicos, e evitar os impactes na saúde das populações.
Segundo o último relatório tornado público pela Agência Europeia do Ambiente sobre os poluentes libertados pelo setor industrial na europa em 2015, Portugal ocupa o segundo e terceiro lugar do pódio no que diz despeito à libertação de metais pesados em meio hídrico.
A ETAR de Leça da Palmeira em Matosinhos ocupa o 2º lugar deste preocupante ranking com 3,5 % da poluição total com metais pesados da UE e a ETAR de Gaia (Litoral) ocupa o 3º ligar do ranking com 2,9 % da poluição total com metais pesados da UE.
Estas duas estações de águas residuais libertaram no Ambiente cerca de 20 toneladas de metais pesados como o chumbo, mercúrio, níquel e cádmio, que apesar de cumprirem os limites determinados na legislação Europeia, não deixam de contaminar a cadeia alimentar, uma vez que possuem efeitos carcinogénicos e podem provocar danos do foro renal na saúde das populações afetadas, indica a nota da Quercus.
Neste sentido, a Quercus considera que é tempo de adotar sistemas de tratamento mais eficazes na filtragem destes componentes e de implementar limites de descarga mais restritivos para os metais pesados e outros tipos de contaminantes com impacte ambiental e para a saúde.
A Quercus vai sensibilizar os Eurodeputados para esta problemática, apelando a um contributo na revisão da legislação europeia no que respeita às descargas de poluentes no meio hídrico. “É preocupante que esta situação ocorra numa zona adensamento povoada e com grande tradição de prática balnear”, sublinha.
Para além dos já conhecidos perigos dos metais pesados que são das substâncias mais perigosas para o homem, para peixes e animais, esta situação é ainda mais preocupante por se tratar de uma região muito povoada e com grande atividade turística ligada ao mar e ao consumo de peixe, facto que levou a Quercus a questionar a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, sobre o cumprimentos dos requisitos de descarga de contaminantes nas ETAR referenciadas.
A Quercus apela ao governo para que faça deste assunto uma prioridade nacional sob pena da região do Porto poder vir a ser afetada na sua imagem tanto a nível nacional como internacional.