No Dia Internacional de Ação sobre a Biomassa (19 outubro), a ZERO alerta para a insustentabilidade da queima de floresta para produção de energia, defendendo uma aposta em verdadeiras energias renováveis.
Quando em dezembro, os governos se reunirem no Dubai, no âmbito da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP-28), para discutir o objetivo global para as energias renováveis, terão que ter em consideração que energia gerada pela combustão de biomassa florestal não deve ser incluída, dado o volume de emissões imediatas de carbono relacionadas com esta fonte de energia.
A queima de biomassa florestal para fins energéticos é frequentemente apelidada de “falsa energia renovável”, porque não passa nos critérios básicos: não tem baixas emissões, não é limpa e o potencial renovável é questionável, relembra a ONGA.
A isto acresce o abate de árvores em larga escala para utilização de biomassa no setor energético, que contribui para a redução da capacidade de sequestro das florestas e atrasa as metas do Acordo de Paris.
Além disso, o uso deste recurso para produzir energia afasta, acredita a ZERO, o investimento em outras energias renováveis de baixas emissões, como é o caso da solar e da eólica.
E, ainda, existe a questão da saúde e bem-estar, tendo em conta que uma grande parte das instalações de combustão de biomassa estão localizadas em zonas que colocam em risco a qualidade de vida das populações, como é exemplo a Central de Biomassa no Fundão.
Desta forma, a organização ambientalista aponta quatro problemas sobre esta matéria, sendo eles a ausência de cumprimento da legislação em vigor, as lacunas do conhecimento quanto ao potencial de resíduos florestais passíveis de utilização, a análise da verdadeira importância dos projetos de biomassa na redução do risco de incêndios e a aposta em outras formas de energia renovável.