Uma mulher desaparecida, queda de árvores e de estruturas e cortes de eletricidade são algumas das principais ocorrências devido ao mau tempo, que atingiu durante a noite e madrugada sobretudo o norte do país, segundo a Proteção Civil, avança a Lusa.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) registou entre as 20 horas de quarta-feira e as 12 horas de hoje 780 ocorrências relacionadas com o mau tempo, 550 das quais desde a madrugada e a maioria associadas a quedas de árvores e de estruturas.
Os distritos mais afetados foram os do Porto e Braga, segundo o adjunto de operações nacional da ANPC Marco Martins. No distrito de Braga, os bombeiros receberam, durante a última noite, mais de 50 pedidos de ajuda, praticamente todos referentes a quedas de árvores, informou hoje fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS). A mesma fonte adiantou que não há registo de quaisquer danos pessoais no distrito.
Vários bares e habitações juntos à beira mar entre Lavadores e Salgueiros, em Vila Nova de Gaia, foram parcialmente destruídos pela força das ondas e do vento durante a madrugada de hoje, segundo os Bombeiros de Gaia.
Na zona de Matosinhos/Leça da Palmeira, no distrito do Porto, os bombeiros registaram também várias saídas devido a quedas de estruturas, nomeadamente de marquises que se “desfizeram”.
Em ílhavo, Aveiro, quatro pessoas foram arrastadas por uma onda na praia da Costa Nova e uma delas, uma mulher com cerca de 40 anos, continua desaparecida, prosseguindo-se as buscas para a encontrar, que decorrem desde as 19:45 de quinta-feira.
As três pessoas resgatadas estavam em estado de hipotermia. Duas delas, mulheres de 34 e 37 anos, tiveram hoje de manhã alta hospitalar, e a terceira, um homem de 42 anos, foi transferido para o hospital da área de residência, sem inspirar cuidados, informou hoje fonte do Hospital de Aveiro.
O diretor regional do Norte da EDP, Mário Guimarães, disse à Lusa que cerca de 50 mil habitações do distrito de Viana do Castelo ficaram sem energia elétrica durante a última noite devido ao mau tempo, estimando que a situação fique restabelecida pelas 15 horas.
Em Montalegre, no distrito de Vila Real, o vento forte originou várias quedas de árvores, que provocaram danos em dois carros, em telhados de dois armazéns na zona industrial e numa casa.
Um troço da autoestrada A28, em Viana do Castelo, reabriu hoje de manhã, depois de ter estado interdito pela queda de um painel de sinalização.
A barra do Porto de Peniche reabriu às 09 horas de hoje e a da Nazaré às 11:35, depois de terem sido encerradas na quinta-feira devido à agitação marítima forte. Em Peniche, foi reaberta ao trânsito a marginal norte e, nas Caldas da Rainha, foi levantada a restrição de acesso ao passeio marítimo e à marginal da Foz do Arelho.
No país mantêm-se hoje de manhã encerradas as barras de Caminha, Viana do Castelo, Vila Praia de Âncora, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Douro, Aveiro, Figueira da Foz, Nazaré, São Martinho do Porto e Alvor, de acordo com a atualização feita às 10:00 no portal da Marinha.
As barras marítimas de Leixões, Faro e Vila Real de Santo António estão condicionadas, com a interdição de embarcações de menores dimensões.
Todo o litoral de Portugal continental está hoje sob aviso laranja, o segundo mais grave, devido à forte ondulação.
Os distritos da região norte – Aveiro, Viseu, Guarda, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança – estão também hoje com aviso laranja, decretado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, nalguns casos devido ao forte vento, noutros também por causa da chuva.
Alguns avisos laranja prolongam-se até às 06:00 de sábado por causa do vento e da agitação marítima, como são os casos de Aveiro, Porto, Braga e Viana do Castelo, enquanto nos distritos de Viseu, Guarda, Vila Real e Bragança os avisos laranja estendem-se por causa do vento, que pode atingir rajadas de 120Km/h.
À exceção dos distritos de Santarém e Évora, todos os restantes estão com aviso amarelo por causa do vento e da chuva e nos distritos do litoral a preocupação é maior por causa da forte ondulação.
O mau tempo atingiu primeiro as ilhas dos Açores, já na quarta-feira, mas não foram registadas ocorrências significativas pela Proteção Civil.
*Foto de Reuters