O ministro do Ambiente afirmou hoje, na sessão de apresentação do Relatório do Estado do Ambiente (REA), que a “qualidade do ar em 2017 foi semelhante à do ano anterior, apesar dos incêndios florestais, que libertam partículas para a atmosfera, mas as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram”, refere a agência Lusa.
Segundo o REA, no ano passado, a classe predominante do Índice de Qualidade do Ar (IQAr) foi ‘Bom’, mas verificou-se uma redução na percentagem de dias com classificação ‘Muito Bom’ e ‘Bom’, com menos 4% na comparação com 2016.
Em 2017, ocorreu um ligeiro acréscimo, de cerca de 1%, na percentagem de dias com qualidade ‘Fraco’ e ‘Mau’.
As emissões atmosféricas “cresceram e não podiam deixar de crescer”, já que foi um ano de seca, e a produção de energia a partir de energias renováveis diminuiu, por isso, “era inevitável que se utilizassem outras fontes de energia” para obter eletricidade, apontou o governante.
“Infelizmente não foram renováveis, nem podiam ser, porque no lado da energia solar temos ainda muito para crescer e vamos crescer mesmo nos próximos anos”, defendeu João Matos Fernandes.
Para compensar a redução na eletricidade produzida através de fontes renováveis, foi necessário recorrer mais às centrais termoelétricas, a carvão, responsáveis pela emissão de gases com efeito de estufa.
Tratou-se de uma “opção clara” do Governo assumida “em absoluto”: havendo pouca água, foi necessário fazer escolhas e a prioridade foi dada ao consumo humano, por isso, registou-se uma redução da capacidade de produção de energia a partir das barragens.
O ministro salientou que, em março, “Portugal pode orgulhar-se de ter produzido mais energia elétrica a partir de fontes renováveis do que aquela que consumiu durante esse mês”.
No seu discurso, durante a sessão de abertura da apresentação do REA, referiu alguns exemplos de áreas do Ambiente com dados positivos, como o registo de veículos elétricos, o número de praias com boa qualidade da água (98% com aceitável ou superior), ou o acréscimo de visitantes nas áreas protegidas.
O REA descreve que foram registados 8.004 veículos elétricos, representando um acréscimo de 65% na comparação com 2016, dos quais 63,9% correspondem a veículos ligeiros de passageiros e mercadorias, 16,8% a triciclos e quadriciclos, 13,2% a ciclomotores, 5,8% a motociclos, e apenas 0,3% a veículos pesados de passageiros e mercadorias.
As áreas protegidas receberam mais visitas em 2017, com um crescimento de 23% na comparação com o ano anterior, atingindo quase 421 mil.