“Arcozelo está de luto. Arcozelo está em luta”. Esta foi mensagem dominante da marcha lenta que juntou ontem mais de cem carros, em Ponte de Lima, contra a construção de uma central de betuminoso naquela freguesia, noticiou hoje o Jornal de Notícias.
Com bandeiras pretas nos carros, a população juntou-se ao protesto que começou em Arcozelo, atravessou a ponte e “invadiu” Ponte de Lima, congestionando o trânsito durante mais de uma hora, perante os olhares curiosos de centenas de pessoas.
“Associámo-nos à marcha porque querem construir uma central que vai prejudicar o meio ambiente, logo no centro da freguesia, onde possivelmente vai acumular todos os impactos poluentes”, explicou João de Lima, morador de Arcozelo.
“A central até pode trazer emprego, mas vai ter impacto ambiental”, acrescenta.
Formada uma comissão de contestação, já foi entregue uma queixa no Ministério Público para que seja averiguado o processo de instalação da fábrica e o papel da Câmara. Na calha, está também a ser preparada uma providência cautelar que trave as obras e há um abaixo-assinado com cerca de 2000 assinaturas contra a fábrica.
Para a Câmara e Junta de Freguesia, está a existir “um aproveitamento político-partidário” da situação e rejeitam que o tipo de indústria que está a ser instalada é “não poluente”, comparando-a com uma panificadora ou carpintaria.