A Comissão Europeia acaba de aprovar um pacote de investimento de 222,7 milhões de euros financiados pelo orçamento da União Europeia (UE) rumo a uma Europa mais sustentável e com baixas emissões de carbono, noticia hoje o Jornal Económico. O apoio provém do programa LIFE, instrumento financeiro da UE que apoia projetos de conservação ambiental e da natureza.
O financiamento fomentará investimentos adicionais num total de 398,6 milhões de euros, para aplicação e 144 projetos novos em 23 Estados-Membros.
Neste contexto, Miguel Arias Cañete, comissário responsável pela Ação Climática e a Energia, frisa que “com a entrada em vigor do Acordo de Paris, dentro de poucas semanas devemos concentrar-nos em cumprir as nossas promessas. Estes projetos irão criar as condições adequadas para promover soluções inovadoras e difundir as melhores práticas em matéria de redução de emissões e de adaptação às Alterações Climáticas na UE”. Estes projetos ilustram o atual compromisso da Comissão no seu pacote de medidas relativas à economia circular.
No domínio da ação climática, o investimento é de 75,1 milhões de euros. Os projetos selecionados apoiam o objetivo da UE em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, em pelo menos, 40% até 2030. Entre os projetos aprovados em 2015, incluem-se, entre outros, a recuperação e armazenamento de carbono em turfeiras em cinco países (Estónia, Alemanha, Letónia, Lituânia e Polónia).
7,3 milhões para três projetos portugueses
Em Portugal foram contemplados três projetos, com um financiamento global de 7,3 milhões de euros, os dois primeiros num total de 3,9 milhões nos domínios do Ambiente e Utilização Racional de Recursos e o último, em 3,4 milhões para a adaptação às alterações climáticas.
O projeto Life Payt, do Instituto Politécnico de Coimbra vai criar um sistema “Payt” – pagar pelo produzido – em Condeixa e Aveiro, Vrilissia na Grécia e em Larnaca, no Chipre. Este sistema vai incentivar as famílias e as empresas no processo de triagem e reciclagem, reduzindo a produção de resíduos e posteriormente, promover a replicação do conceito noutras cidades do sul. O projeto vai usar software e hardware para mostrar as quantidades geradas.
Ainda o Life Index-Air, desenvolvido pela mesma instituição, pretende criar um novo instrumento de gestão da qualidade do ar, o que vai permitir aos responsáveis políticos locais, regionais e nacionais, avaliar quantitativamente o impacto as políticas sobre o nível de exposição humana ás partículas. Vai ser aplicado em algumas cidades da UE e será desenvolvida usando dados de Lisboa, Porto, Atenas, Veneza e Kuopio.
Por fim, o Life-Montado-Adapt, da autoria da Associação de Defesa do Património de Mertola pretende enriquecer os sistemas de gestão nos ecossistemas do Montado (Portugal) e de Dehesa (Espanha), através da utilização de novas ferramentas e tecnologias inovadoras de adaptação. Estas serão articuladas com as comunidades e produtos locais e também aos ecoserviços e à biodiversidade.