“Tá na Horta” é um projeto coordenado pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) e financiado pelo Fundo Ambiental, apoiado com a subvenção de 29.991,50 euros.
Tal como indica um comunicado, divulgado pela ASPEA, este projeto tem como objetivo a “promoção da literacia socioambiental, através de hortas biodiversas”, o “tratamento de biorresíduos” e o “aproveitamento das águas pluviais”. De forma inovadora, envolve jovens e famílias, nestas práticas através da complementaridade do papel da Educação Ambiental e das ofertas educativas dos Equipa- mentos para a Educação Ambiental.
O projeto tem uma articulação direta com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12 – Produção e Consumo Sustentáveis -, nos domínios do ecodesign (eficiência no uso e reaproveitamento de materiais e outros recursos) e do estímulo ao consumo desses produtos. Tal articulação com este ODS é operacionalizada recorrendo à colaboração entre agentes de Educação Ambiental, fomentando sinergias e otimizando recursos disponíveis.
Este projeto enquadra-se no Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC), plano este que veio estabelecer orientações de âmbito nacional, setorial e regional, que contribuem para o ODS 12 e que assenta no princípio de fomentar a regeneração dos recursos materiais utilizados e dos sistemas naturais subjacentes, lê-se no mesmo comunicado.
Além disso, vai também ao encontro de dois dos pilares da Estratégia Nacional de Educação Ambiental (ENEA 2020), nomeadamente: “valorizar o território e tornar a economia circular”.
A economia circular é um modelo económico focado na coordenação dos sistemas de produção e consumos reorganizados em circuito fechado, em contraste com a economia linear. O presente projeto está assim enquadrado nos princípios da economia circular, aprovados na Resolução do Conselho de Ministros.
A ENEA considera a valorização do território como pré-requisito para a circularização da economia as preocupações com o consumo do solo ou território. Os objetivos de desmaterialização, economia colaborativa e consumo sustentável devem ser assimilados ao nível das escolhas quanto à localização e processamento das diversas atividades humanas. Ainda sobre a ENEA, há referência destacada no papel dos recursos de Educação Ambiental fora das escolas.
Este projeto encontra-se também em consonância com a Agenda2030, visando o desenvolvimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, nomeadamente:
- Educação de Qualidade (ODS 4);
- Reduzir as Desigualdades (ODS 10);
- Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11);
- Produção e Consumo Sustentáveis (ODS 12);
- Ação Climática (ODS 13);
- Proteger a Vida Terrestre (ODS 15);
- Parcerias para a Implementação dos Objetivos (ODS 17) (United Nations, 2014).
De acordo com Joaquim Ramos Pinto, presidente da ASPEA, “este tipo de iniciativas são importantes para alertar a sociedade e os atores políticos para os problemas provocados pela crise ambiental que enfrentamos, contribuindo com ações que nos levem a reconhecer a importância da responsabilidade individual e compromisso coletivo para a proteção do ambiente”.
Ana Cristina Ferreira, coordenadora do projeto, refere que o mesmo surge da “problemática Alimentação-Alterações climáticas, bem como da necessidade de uma maior resiliência da comunidade educativa perante a crise económica gerada pelo COVID-19 (insegurança alimentar e falta de ligação com a natureza).
O principal eixo temático da formação é a Permacultura, através de hortas biodiversas, valorização de biorresíduos e aproveitamento das águas pluviais. É importante ainda considerar a “cultura regenerativa” que tem como objetivo a reconstituição, realimentação, recuperação socioambiental e territorial”, refere o comunicado.