O secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, esteve esta manhã em Olhão, a propósito de um projeto pioneiro que está a ocupar sete reclusos do Estabelecimento Prisional na limpeza e desmatação da estrada que liga Moncarapacho ao Cerro de S. Miguel.
Esta ação, que vem a decorrer desde 9 de julho e se prolonga até 31 de agosto, surge no âmbito de um protocolo mais abrangente celebrado entre o município e o estabelecimento prisional, que já levou, em maio, reclusos a procederem a uma ação de limpeza na Ilha da Armona.
Desta feita, e conforme estabelecido no Plano de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Olhão, encontra-se a ser intervencionada uma das zonas mais críticas do concelho em termos de risco de fogo florestal, conforme explicou o comandante dos Bombeiros Municipais, Luís Gomes: “De acordo com o nosso plano, este era o troço que tinha de ser intervencionado em 2018, o que estamos a fazer com a colaboração deste grupo de reclusos.”
Uma verdadeira experiência de aprendizagem para os sete prisioneiros que compõem esta brigada em regime aberto, e que passaram, num primeiro momento, por uma formação inicial de manuseamento de maquinaria e regras de segurança no trabalho, ministrada pelos próprios bombeiros municipais.
Uma experiência bastante positiva para o presidente da autarquia, António Miguel Pina, para quem “este projeto não só ajuda a resolver o problema da desmatação das zonas mais problemáticas do concelho, mas constitui, também, um investimento na nossa comunidade, uma vez que contribui para a reintegração de sucesso destes reclusos, muitos deles olhanenses”.
O secretário de Estado das Florestas considera este “ensaio” que está a decorrer em Olhão um exemplo a replicar em todo o País. Para Miguel Freitas, “esta é uma iniciativa com uma carga simbólica muito importante e que derruba barreiras”, não só devido à intervenção dos reclusos, mas porque “coloca os bombeiros a fazerem a prevenção dos fogos florestais, e não apenas a intervirem quando chega a hora do combate”.
Uma possibilidade de alargamento a todo o território confirmada pelo diretor-geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, que deseja ver estes reclusos integrados uma vez deixem a prisão, e adianta: “Àqueles que assim desejem, será dada a possibilidade de prosseguirem a carreira de sapadores florestais”. Em Olhão, e uma vez terminada esta experiência-piloto, serão analisados os resultados e estudada a hipótese de extensão do projeto a outros locais do concelho.