Iniciou-se na passada quarta-feira, 4 de novembro, a primeira de nove campanhas de recolha, quantificação e tipificação do lixo marinho arrojado na costa de Esposende. Em comunicado, o município refere que se trata de uma das várias ações a desenvolver no âmbito do projeto E-REDES que visa “fomentar o uso de redes biodegradáveis” como “ferramenta de promoção da sustentabilidade” e, consequentemente, “contribuir para redução da pesca-fantasma” e “combater a introdução de material plástico sintético no oceano”.
Outro elemento chave do projeto E-Redes, segundo o município, prende-se com a “identificação de fontes de lixo marinho” e a “avaliação da quantidade e natureza do lixo arrojado às praias”. Esta informação é crucial para uma “tomada de ação na eliminação das origens do lixo marinho” e contribuirá para o “desenho de futuras medidas de gestão”, baseadas numa “monitorização constante e sistemática, suportando os gestores e decisores com as evidências necessárias”, refere o comunicado.
O E-Redes envolve, também, a avaliação das propriedades físicas e da durabilidade de monofilamentos inovadores, a viabilidade do fabrico de artes com os mesmos e a eficiência pesqueira de redes construídas a partir de materiais biodegradáveis quando comparadas com redes convencionais. A monitorização desenvolvida no âmbito do projeto permitirá “avaliar a sustentabilidade da utilização de materiais biodegradáveis”, enquanto “alternativa viável às redes convencionais sintéticas”, tendo em conta o seu custo e a eficiência pesqueira, mas avaliando os impactos económico, ambiental e social, refere o lê-se no mesmo comunicado.
O projeto E-Redes foi eleito, no âmbito do concurso Small Grants Scheme#1 dos EEA Grants, projeto através do qual a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega estabelecem o objetivo de reduzir as disparidades sociais e económicas na Europa. Através de este e de outros projetos selecionados, pretende-se contribuir para o aumento da aplicação dos princípios da Economia Circular, pela redução de plásticos nos Oceanos.
O E-Redes é um estudo-piloto promovido pelo município de Esposende, em parceria com a empresa municipal Esposende Ambiente, a Universidade do Minho e a Associação de Defesa do Ambiente- Rio Neiva. O projeto tem um custo global de 250 mil euros, sendo comparticipado em 200 mil euros, decorrendo ao longo de 18 meses nos 16 quilómetros da costa de Esposende que integram o Parque Natural do Litoral Norte.