O projeto ClimACT, liderado pelo Instituto Superior Técnico (IST) para fomentar a transição energética nas escolas, foi hoje distinguido, em Bruxelas, no âmbito dos Prémios de Energia Sustentável da União Europeia (UE), promovidos pela Comissão Europeia.
Em declarações à agência Lusa, em Bruxelas, a investigadora do IST Marta Almeida, responsável pelo projeto, explicou que o objetivo do ClimACT é “melhorar a performance” das escolas no que toca à sustentabilidade dos edifícios, bem como sensibilizar as crianças e os jovens para o combate às alterações climáticas, levando-os “a agir, porque ninguém vai agir por eles”.
“O projeto envolveu medidas estruturais que tiveram a ver com alterações no próprio do edifício das escolas, como a mudança de lâmpadas e do isolamento, mas visou sobretudo alterações comportamentais, através de atividades como ir para a escola de bicicleta, plantar árvores e ações de sensibilização na área dos resíduos e da poupança de água e de eletricidade”, precisou a responsável.
De um total de mais de 100 candidaturas, foram 12 os finalistas aos Prémios de Energia Sustentável da UE, organizados no âmbito da Semana da Energia Sustentável da União que ontem arrancou e decorre até hoje.
Na categoria de Juventude, eram três os nomeados, o vencedor foi o projeto liderado pelo IST, divulgou o executivo comunitário numa cerimónia em Bruxelas. “É uma vitória para as escolas e para os alunos e uma inspiração para todos”, disse Marta Almeida à Lusa.
Baseado em Lisboa, o ClimACT envolveu não só Portugal, mas também Espanha, França e Gibraltar. Ao todo, o projeto mobilizou cerca de 15 mil alunos de quase 40 instituições de ensino destes países, desde o pré-escolar até universidades, bem como perto de dois mil pais e mil professores. Em Portugal, foram abrangidas escolas nos municípios de Loures, de Lisboa, de Matosinhos e de Vila Nova de Gaia. Para a iniciativa, que existe desde 2016 e que está prestes a terminar, foi alocada uma verba de 1,3 milhões de euros, mais de metade (60%) suportada por fundos comunitários.
“O aspeto mais importante do projeto foi a criação de comissões de baixo carbono nas escolas, constituídas por alunos, professores e autoridades locais, que estabeleceram medidas que foram depois postas em prática por brigadas de baixo carbono”, explicou Marta Almeida à Lusa. Com isto, “envolvemos toda a comunidade e os jovens nesta transição para a economia de baixo carbono”, acrescentou.
Aludindo às recentes manifestações estudantis a favor do clima, Marta Almeida adiantou que esta “é uma geração muito alerta para esta problemática” das alterações climáticas, pelo que espera que a iniciativa seja replicada noutras escolas do país.