O projeto “Lousada + VERDE: Restauro Ecológico em prol da comunidade” da Associação VERDE, de Lousada, é o vencedor dos prémios AGIR 2022, da REN. A 9.ª edição dos galardões foi dedicada à promoção do meio ambiente, da biodiversidade e ao combate às alterações climáticas.
A origem do projeto vencedor está na valorização do terreno de Lousada, que procura dar “valor aos serviços de ecossistema, como o sequestro de carbono, e implementando práticas agroflorestais que potenciem o rendimento dos proprietários locais”, critérios preponderantes para a atribuição do prémio AGIR.
O ponto de partida para o surgimento do “Lousada + VERDE” foram as intervenções que a Associação VERDE iniciou em terrenos abandonados, através da sua solução de compensação de carbono, “Carbono Diverso”.
O projeto tem como objetivo a intervenção da associação em propriedades privadas, efetuando o controlo de espécies invasoras, a plantação de árvores e arbustos autóctones e a construção de estruturas de madeira morta e de charcos, essenciais para aumentar a biodiversidade das áreas que apresentem algum valor de conservação da natureza pela presença de árvores de grande porte.
Estas medidas permitirão testar um modelo que mistura a valorização dos serviços de um ecossistema com práticas de gestão agroflorestal que aumentam a biodiversidade. O escoamento de produtos agroflorestais ajudará também na criação de receitas que permitam tornar o projeto autossustentável.
“O prémio AGIR da REN vai-nos permitir ter mais meios, mais equipamentos, e estudar potenciais cadeias de valor de produtos secundários que possam sair desta floresta – bolota, medronho, mel, cogumelos, entre outros”, comenta João Soutinho, da Associação VERDE.
O representante da associação responsável pelo projeto acrescenta ainda que, “com a implementação deste projeto, será ainda possível potenciar atividades de educação ambiental e de visitação, desenvolvendo, deste modo, um laboratório através do qual a floresta nativa poderá ser valorizada, tornando-se um ativo do território”.
O segundo lugar dos prémios AGIR foi atribuído a Associação Vertigem, de Porto de Mós. Com a criação do Centro de Interpretação da Abelha e do Mel na Serra de Aires e Candeeiros, esta associação tem por objetivo envolver e educar a comunidade e os apicultores locais em relação à sociedade das abelhas.
Já o terceiro lugar foi atribuído à Rizoma Cooperativa Integral, uma mercearia comunitária de Lisboa. Esta mercearia sem fins lucrativos, e acessível apenas a cooperantes, pretende ser um passo para o combate às alterações climáticas fomentando uma mudança no sistema alimentar. E também um investimento na comunidade e na economia local, ao apoiar os produtores locais e incentivar o empreendedorismo.
Na edição 2023 do Prémio AGIR, a REN apoiará projetos que promovam soluções sustentáveis para o cumprimento de um ou mais objetivos de desenvolvimento sustentável e respetivas metas.
O tema da 10.ª edição será a Promoção do Desenvolvimento Sustentável, em linha com a Agenda 2030, criada em 2015 pelas Nações Unidas e que a REN incorpora na sua estratégia de sustentabilidade.