Projeto de hidrogénio e amónia verdes em Sines é exemplo da competitividade do Alentejo

“O investimento de energia renovável que será apresentado na próxima sexta-feira em Sines representa o acelerar da alteração do paradigma energético e do avanço para uma economia mais sustentável”. Quem o diz é Ricardo Campos, presidente do Fórum da Energia e Clima, que considera o anúncio do investimento em Sines como “o início de um caminho que, depois do Alqueva, vai levar o Alentejo a ser das regiões com mais crescimento em Portugal”.

Citado num comunicado, o responsável parece não ter dúvidas que “o aumento dos preços dos combustíveis fósseis e a visível consequência da dependência de países como a Rússia, que não partilham os valores do mundo livre, mostram a importância de acelerar a transição energética”. Desta forma, “as energias renováveis e a utilização do vetor energético hidrogénio produzido a partir das energias renováveis será decisivo para descarbonizar as indústrias dependentes do gás natural”, defende.

O anúncio do projeto de produção de hidrogénio e amónia verdes, em Sines, é o exemplo claro de que o Alentejo é das “regiões mais competitivas do mundo para a produção de eletricidade a partir do sol, onde são batidos recordes mundiais de preço, que está a investir fortemente em áreas de acolhimento empresarial, e que tem o Porto de Sines, o Aeroporto de Beja, e um sistema de ensino e conhecimento entre os melhores do país”. Por isso: “É inevitável que possa receber investimentos dos principais players mundiais na área da economia sustentável”.

Para Ricardo Campos, “a transição energética é uma oportunidade para Portugal se posicionar à escala global desenvolvendo tecnologia e transferindo conhecimento de forma eficiente para as empresas”. Além disso, “as barragens, que são hoje também pilhas hidráulicas, que serão cada vez menos utilizadas para a produção de eletricidade e sim para reservas de água” devem servir como aposta no “armazenamento de energia elétrica em sistemas de grande dimensão – as flow batteries ou outras formas que já estão em investigação em universidades e politécnicos portugueses – terão de passar para projetos piloto ou encontrar mecanismos que estimulem a transferência de conhecimento para as empresas nacionais da economia verde”.

Ainda em matérias de energia, o presidente do Fórum da Energia e Clima defende que “parques fotovoltaicos ligados a sistemas de armazenamento de grande dimensão são a solução que por exemplo a Florida Power and Light já está a utilizar nos Estados Unidos para a substituição das suas centrais de ciclo combinado a gás natural. Com o aumento do preço dos combustíveis fósseis essa pode ser também uma solução a implementar em Portugal e na Europa”.

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