Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMEAS) da Maia evitaram, nos últimos dois anos e meio, o desperdício de três milhões de metros cúbicos de água, o suficiente para abastecer o concelho durante mais de quatro meses, indica a entidade.
Este resultado, de acordo com um comunicado, só foi alcançado através de um “Projeto de Eficiência Hídrica”, lançado em junho de 2019, que tem como objetivo “poupar até meados de 2024 mais de seis milhões de metros cúbicos de água”, o que corresponde a um “ganho económico superior a três milhões de euros”.
Para alcançar estes resultados, os SMEAS da Maia estabeleceram contratualmente objetivos anuais que permitem avaliar os resultados de uma forma rigorosa. Logo no primeiro ano do projeto foi alcançada uma “poupança próxima dos 500 mil metros cúbicos de água”, valor que “superou em cerca de 23% a meta fixada para esse período”. Já no segundo ano, as “poupanças ascenderam a 1,8 milhões de metros cúbicos”, refere. Com oito meses decorridos do terceiro ano do projeto, as poupanças assumem já o valor acumulado de cerca de três milhões de metros cúbicos de água. “O valor percentual das perdas de água, que no arranque do Projeto era de 33%, está hoje nos 18% colocando, assim, os SMEAS da Maia no conjunto restrito das entidades mais eficientes do país e que apresentam valores inferiores a 20%”, precisa a mesma nota.
O Projeto de Eficiência Hídrica implementado na Maia, em parceria com a lndaqua, tem um modelo de remuneração que, no setor da água, é inovador em Portugal. Parte do pagamento à entidade adjudicatária, que garante os recursos tecnológicos necessários à redução de perdas de água, só acontece quando os objetivos definidos são efetivamente alcançados. Isto é, parte da remuneração depende do desempenho, explica entidade.
“Os resultados já alcançados são, por um lado, garantia de que temos no terreno todos os recursos técnicos e humanos necessários para garantir uma gestão mais sustentável e eficiente, quer ao nível ambiental quer económico. Por outro lado, as poupanças já geradas reforçam a motivação que temos para alcançar as metas traçadas para 2024”, afirma António Silva Tiago, presidente da Câmara da Maia e do Conselho de Administração dos SMEAS. “Este é um trabalho de continuidade que quisemos implementar para, num curto espaço de tempo, nos permitir assegurar que estamos a contribuir de forma prática e realista para reduzir o desperdício de água, bem essencial à vida, cuja escassez é particularmente relevante quando assistimos de forma cada vez mais frequente aos impactos decorrentes das alterações climáticas, que se traduziram em seca extrema este ano no nosso país.”, acrescenta.
Em Portugal, ainda é desperdiçada cerca de 30% da água que entra nas redes de abastecimento e que nunca chega às torneiras dos consumidores.