Projeto de economia social e solidária quer ajudar a prevenir fogos em Penacova
Um projeto de economia social e solidária quer ajudar a prevenir incêndios no município de Penacova, distrito de Coimbra, através de propostas, a apresentar em outubro, que resultem num plano de desenvolvimento integrado, anunciaram hoje os promotores.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (Animar), afirma que o projeto, iniciado há dias através de um protocolo com a autarquia local e a União de Freguesias de Friúmes e Paradela, visa a realização da XII edição da MANIFesta – Assembleia, Feira e Festa do Desenvolvimento Local e da Economia Social e Solidária – que decorrerá até outubro, “altura em que serão apresentadas as propostas de prevenção das catástrofes que têm fustigado a região de Penacova e também para o seu desenvolvimento integrado, à luz dos princípios do desenvolvimento local e da economia social e solidária”.
Marco Domingues, presidente da Animar, admite que construir um plano de desenvolvimento integrado “que previna a repetição de catástrofes como as ocorridas no último verão”, mas também em 2011, naquela região, é o “objetivo ambicioso” que juntou os três parceiros no projeto. O responsável da Animar afirma que o plano se quer “participado, construído com as pessoas que vivem ou trabalham na região, o poder local, o tecido associativo e o saber académico”.
Segundo Marco Domingues, a associação a que preside é constituída por “uma rede de entidades e pessoas que cobrem o território nacional” e, face aos incêndios de 2017, apontou a “responsabilidade sentida” de atuar e “contribuir ativamente” para o desenvolvimento dos territórios afetados, “ouvindo e envolvendo as pessoas, fazendo o levantamento dos recursos locais, cruzando os anseios e os saberes das populações com os contributos vindos do exterior, nomeadamente das comunidades científicas e de investigação”.
“Se da congregação destes esforços e sinergias resultar uma experiência capaz de dar forma a uma proposta de plano de reconstrução e desenvolvimento para a região, que seja referência para outras regiões e territórios, a aposta estará ganha”, assinala.
No comunicado, o presidente da autarquia de Penacova, Humberto Oliveira, disse esperar que do projeto MANIFesta “resulte um plano capaz de criar uma nova floresta, e que se abram perspetivas tanto para o aproveitamento do rio Alva como para a ligação das duas margens” daquele afluente do rio Mondego.
Já António Fernandes, presidente da União de Freguesias de Friúmes e Pardela, recorda que o rio Alva “é o menos poluído da Europa” e considerou que o facto de 90% da floresta da sua freguesia, constituída por 14 aldeias, ter sido consumida pelas chamas, “é razão suficiente para acolher o desafio da Animar”.